Recicladores fazem protesto no gabinete do prefeito de Londrina


Trabalhadores cobram assinatura de um contrato que assegure repasses mensais. Atualmente, recicladores não recebem recursos do poder público para a coleta do lixo reciclado na cidade

Com faixas, cartazes e gritos de “reciclagem”, um grupo de 50 catadores da coleta seletiva de Londrina, ligados a Central de Pesagem e Venda (Cepeve), que agrega 17 grupos de trabalhadores, protestaram, na manhã desta segunda-feira (27), em frente à Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina (CMTU) e na ante-sala do gabinete do prefeito Barbosa Neto (PDT) cobrando a assinatura de um contrato que assegure repasses mensais aos recicladores.

Os manifestantes exigem que o sistema de coleta seletiva seja remunerado, assim como as empresas terceirizadas de limpeza pública. Enquanto os catadores não recebem nada da Prefeitura, o município mantém contratos com a Seleta (R$ 500 mil mensais para coleta de resíduos domiciliares) e Visatec (R$ 130 mil mensais para transportar resíduos recicláveis – coletados pelos recicladores – até os barracões de separação).

Os trabalhadores também só concordam em integrar a nova cooperativa, proposta do Executivo se ela vier acompanhada de incentivos. Eles alegam que sem recursos públicos uma nova forma jurídica não muda a realidade do sistema, criado com base em Ongs. “Precisamos de investimentos e não de papel. Nossos documentos estão prontos para formamos uma cooperativa, mas sem contrato e valores do poder público de que isso vai adiantar?”, cobrou Sandra Araújo, presidente da Cepeve.

Na prefeitura, os trabalhadores queriam se encontrar com o vice-prefeito José Ribeiro, que não apareceu – o prefeito Barbosa está em viagem ao Japão. “Estamos tristes, indignados e revoltados. Queremos dignidade e o direito de ficar doente e alguém nos garantir o mínimo. Todos recebem pelo lixo, e nós? Qual é o nosso valor?”, esbravejou a líder, na ante-sala do gabinete, frente a frente com o presidente da CMTU, Lindomar dos Santos.

Santos se reuniu com os trabalhadores e reconheceu que o serviço precisa ser reformulado. No entanto, ele não soube responder como viabilizaria recursos para os trabalhadores. “Temos R$ 600 mil por mês para os resíduos e vamos redimensionar para que eles recebam de forma proporcional”, afirmou, sem estabelecer um prazo. “Mas é preciso que eles se integrem à cooperativa criada ou formem uma nova”, finalizou.

Fonte: Jornal de Londrina