Em greve, servidores da Celepar fazem protesto em frente à sede da empresa


Manifestação começou às 6 horas e, segundo o sindicato da categoria, concentra 200 pessoas em frente a cada um dos dois acessos do prédio. Entidade diz que paralisação iniciada nesta quarta não afetará serviços essenciais do governo

Os servidores da Companhia de Informática do Paraná (Celepar), que iniciaram greve nesta quarta-feira (4), fazem uma manifestação em frente às duas entradas do órgão, na Rua Nilo Peçanha e na Rua Mateus Leme, no bairro Centro Cívico, desde as 6 horas. De acordo com os grevistas, mais de 200 trabalhadores se concentram em frente a cada um dos acessos do prédio, liberando a entrada apenas de um contingente mínimo para a manutenção de serviços essenciais. Os trabalhadores reivindicam, entre outras coisas, reajuste salarial e o pagamento ou a compensação de horas extras que estariam em atraso.

A Celepar é responsável pelo desenvolvimento e manutenção de todos os sistemas de informática utilizados pelo governo estadual. O Sindicato dos Trabalhadores em Informática e Tecnologia da Informação do Paraná (Sindipd-PR), que representa os empregados do órgão, garante que os prejuízos para a população serão mínimos. “Bancos de dados como a central de leitos da rede pública de saúde, o monitoramento da distribuição de medicamentos e os sistemas da Polícia Civil e da Polícia Militar (PM), por exemplo, serão mantidos normalmente”, diz Carlos Gustavo de Andrade, diretor do Sindipd-PR.

“Deixaremos de atender os sistemas da Secretaria da Fazenda, do Departamento de Trânsito (Detran), por exemplo, mas sabemos que os próprios órgãos têm planos de contingência para garantir o atendimento à população”, afirma. Ao todo, a Celepar tem 1,1 mil servidores, dos quais cerca de 10% estão trabalhando, segundo Andrade.

Ainda de acordo com o Sindipd-PR, não há reuniões de negociação agendadas para os próximos dias com o governo. A assessoria de imprensa da Celepar foi contatada pela reportagem, mas informou que deverá se pronunciar sobre a greve somente no fim da manhã. Segundo a companhia, por volta das 9h50, dirigentes do órgão realizavam uma reunião de avaliação e ainda não tinham informações sobre a adesão dos empregados à paralisação ou de que forma os serviços haviam sido afetados.

Reivindicações

Os servidores da Celepar pedem a equiparação salarial com trabalhadores de outras empresas públicas que fazem o mesmo serviço, como a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), que prestam serviços para os órgãos federais. “O salarial inicial de um analista de sistemas é de R$ 3,9 mil no Serpro, enquanto que na Celepar é de R$ 2,3 mil”, afirma Andrade. O sindicato reclama ainda que no último ano a empresa deixou de pagar ou dar folgas referentes a 60 mil horas-extras trabalhadas.

A assessoria de imprensa da Celepar, por outro lado, diz que o acordo coletivo já foi assinado entre as partes. Sobre a questão das horas-extras, a empresa alega que recebeu um ofício do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) que afirmava que havia excesso de pagamento de horas-extras e, por isso, teve de reduzir o benefício.

Campanha salarial

Os servidores do Serpro e da Dataprev também estão em campanha salarial. No Serpro, os trabalhadores entram nesta quarta-feira no 14º dia de greve e aguardam a apresentação de uma nova proposta por parte do governo federal. A paralisação afeta, principalmente, o atendimento na Receita Federal, de acordo com o Sindipd-PR. Os serviços não estão paralisados, por serem considerados essenciais, mas há a possibilidade de ocorrer atrasos por causa do número reduzido de trabalhadores.

Já na Dataprev, os servidores suspenderam uma greve depois que o governo ingressou no Tribunal Superior do Trabalho (TST) com pedido de dissídio coletivo. Caso não haja acordo, os trabalhadores podem retomar a paralisação, por tempo indeterminado, no dia 13 de novembro.

Fonte: Jornal de Londrina