Requião manda cortar ponto e ameaça demitir servidores da Sanepar


Trabalhadores fizeram manifestação pouco antes da Escola de Governo para pedir pagamento de PPR. Bronca sobrou ainda para a direção da companhia, que, segundo Requião, estaria se negando a cumprir determinação de liberação do benefício

Uma manifestação de servidores da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) pelo pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR) referente a 2008 irritou o governador Roberto Requião (PMDB) na manhã desta terça-feira (10). Requião foi surpreendido pelo protesto quando chegava ao auditório do Museu Oscar Niemeyer (MON), onde participaria da reunião da Escola de Governo. Já na fala de abertura da “escolinha”, disse que não toleraria esse tipo de atitude, e determinou à direção da Sanepar descontar o dia de trabalho dos manifestantes.

“Manda fotografar essa gente e cortar o ponto, e se insistirem manda demitir”, falou Requião. O governador lembrou que já determinou em outubro, também na Escola de Governo, o pagamento de cerca de R$ 1,6 mil para cada servidor da Sanepar, referente à PPR de 2008. “Querem transformar uma posição justa do governo em conquista do sindicato”, acusou. Aproximadamente 150 pessoas participavam do protesto, segundo os organizadores.

A bronca sobrou também para a direção da companhia, que, segundo Requião estaria se negando a cumprir a determinação, sugerindo o pagamento da participação nos lucros de forma proporcional, ou seja, de acordo com o salário dos servidores, e não linear, de forma igualitária independentemente do cargo. “Se não cumprir, mando demitir toda a direção da Sanepar”, ameaçou. O presidente da companhia, Stênio Jacob, estava presente na plateia do auditório, mas não respondeu às provocações do governador.

Em nota, divulgada na tarde desta terça-feira, o presidente da Sanepar classificou a manifestação como “inoportuna, desnecessária e inconsequente”, pois já havia uma determinação do governador, que representa o maior acionista da companhia, sobre o pagamento. Jacob informou que a Sanepar ainda está definindo quando será efetuado o pagamento, em função do fluxo de caixa. Na nota, a empresa não faz qualquer menção as ameaças do governado aos funcionários e a direção da companhia.

Fonte: Jornal de Londrina