Redução da jornada e valorização do salário mínimo marcarão marcha dos trabalhadores


 A redução da jornada de trabalho e a aprovação da política de valorização do salário mínimo são as principais reivindicações da 6ª Marcha da Classe Trabalhadora que será realizada amanhã (11) em Brasília. A marcha é organizada por várias entidades sindicais, entre elas a União Geral dos Trabalhadores - UGT.

O presidente da CUT, Artur Henrique da Silva Santos, afirmou que a redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais poderá gerar 2 milhões de novos empregos, além de garantir melhores condições de vida para o empregado. “Os trabalhadores terão mais tempo para a família, para o lazer, para fazer uma melhor qualificação profissional”, disse.

Ele disse ainda que espera apoio dos empresários na questão da redução da jornada uma vez que a medida possibilitará aos trabalhadores mais tempo para poder se qualificar - um ponto que também faz parte das reclamações dos empresários.

Outra pauta importante é o projeto de valorização do salário mínimo. De acordo com Santos, o projeto prevê uma política para o salário mínimo até 2023, mas há uma emenda do senador Paulo Paim (PT-RS) que dá aos aposentados o mesmo reajuste concedido a quem está a ativa. O temor das entidades sindicais é de que os trabalhadores não tenham mais ganhos reais, como já aconteceu em governos anteriores.

“O problema é que isso pode colocar em risco a política de valorização do salário mínimo porque se alguém apresenta um projeto que diz que o reajuste do salário mínimo tem que ser igual para aposentados e trabalhaores da ativa haverá concordância do governo num primeiro momento e, no próximo ano, o reajuste do mínimo pode ter apenas como base a inflação, sem ganho real", explicou.

Ele disse ainda que as centrais sindicais já apresentaram, em agosto, uma proposta diferenciada para os aposentados que ganham acima do salário mínimo: reajuste baseado na inflação mais 50% do índice de crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ele, baseado nesses cálculos, o reajuste do ano passado ficaria em 6%.

Também será levada para marcha outras reivindicações como a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo, a atualização dos índices de produtividade da terra e o pedido de que parte da arrecadação do Fundo Social do Pré-Sal seja revertida para a seguridade social e a reforma agrária.