Extinção de linhas rurais prejudica professores


Prefeitura estuda acabar com oito linhas de ônibus pagas pelo Município e usadas exclusivamente por educadores da rede estadual que dão aulas nos distritos

A ameaça de extinção de oito linhas pagas pela Prefeitura, mas que transportam professores da rede estadual de ensino que lecionam em escolas localizadas nos distritos de Londrina, levou um grupo de manifestantes ontem à tarde à Câmara Municipal. Com o apoio dos vereadores, uma comissão de manifestantes se reuniu com o vice-prefeito, José Joaquim Ribeiro (PSC), na sala da presidência, e marcou uma nova rodada de conversações para a próxima terça-feira. Devem participar dessa reunião a secretária de Educação, Vera Hilst e a chefe do Núcleo Regional de Educação, Márcia Lopes.

“O transporte dos professores tem que ser feito, não importa se pelo Município ou pelo Estado”, declarou José Delmonaco Neto, vice-presidente da Associação de Moradores do distrito de São Luiz, que falou em nome dos manifestantes.

De acordo com Vera Hilst, essas linhas respondem por 860 dos 9.700 quilômetros rodados diariamente pelos ônibus que fazem transporte de professores e alunos na área rural. Essa quilometragem corresponde a 8,8% do que é percorrido pelas linhas. O custo estimado para este ano é de R$ 760 mil, o que representa 9,5% dos R$ 8 milhões anuais do contrato de transporte. Vera Hilst garantiu o transporte até o final deste ano.

O vice-prefeito alega que a Prefeitura não pode manter linhas exclusivas para professores da rede estadual sem que seja firmado um convênio com o Estado, sob pena de ter as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas (TC). “O Município não pode fazer o transporte sem um convênio. Precisamos negociar um convênio no qual o Estado dê alguma contrapartida”, declarou Ribeiro. Segundo ele, o Núcleo Regional de Ensino foi comunicado sobre o fim do transporte de professores da rede estadual em maio deste ano. A resposta foi um pedido para que o serviço fosse mantido até dezembro. Depois seria feita uma nova discussão.

Das oito linhas que correm o risco de acabar, cinco são noturnas. Elas têm como destino Guaravera, Lerroville, Maravilha, Paiquerê e Warta. As outras três linhas seriam as matutinas para Lerroville e Paiquerê e vespertina para Lerroville. Essas linhas se tornaram “exclusivas” para professores estaduais.

Conforme a Secretaria da Educação, o transporte para os distritos é feito desde a década de 1980. O problema é que com as mudanças ocorridas nos últimos anos, com o Município assumindo a exclusividade no ensino de 1ª a 4ª séries e o Estado arcando com os alunos de 5ª a 8ª, o Município já não tem alunos no período noturno e nem a necessidade de bancar transporte para seus professores nesse turno. O Município não demonstra resistência em transportar professores estaduais nas linhas em que são transportados os seus docentes.

A chefe do NRE, Márcia Lopes, cumpria agenda ontem à tarde em Curitiba e por isso não foi localizada para comentar o assunto.

Fonte: Jornal de Londrina