Segundo declarações do prefeito, durante entrevista coletiva, vereador teria pedido um "quebra galho" para que empresa dele vencesse licitação da merenda
O prefeito Barbosa Neto (PDT) acusou o vereador Joel Garcia (PDT) de tentar usar tráfico de influência para que a empresa do parlamentar fosse a vencedora no processo licitatório que vai definir o fornecimento de merenda em escolas municipais de Londrina. A declaração do prefeito foi feita durante entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (2).
“O vereador foi pedir para secretário da nossa administração um ‘quebra galho’ para a empresa dele ganhar a licitação da merenda”, declarou Barbosa Neto. Segundo ele, não houve nenhuma denúncia formal contra o vereador ao Ministério Público (MP), mas ele se disse “à disposição do MP para qualquer investigação”. Logo após a entrevista coletiva, o prefeito convocou o secretário de Gestão Pública, Marco Cito, para conversar sobre as acusações.
Depois da conversa com o prefeito, Cito foi até o Ministério Público para protocolar denúncia. A reportagem do JL não conseguiu contato com o MP. Além disso, o telefone celular do vereador Joel Garcia estava desligado. O vereador deve dar coletiva para responder as acusações na tarde desta quarta-feira.
O prefeito afirmou ainda que o vereador “ligou para o secretariado porque teve carro apreendido porque não teria pagado uma taxa de IPVA”.
O secretário de Gestão Pública, Marco Cito, confirmou as informações declaradas pelo prefeito. Segundo ele, a conversa teria ocorrido há cerca de cinco dias. Cito afirmou que o Garcia teria pedido que outras empresas fossem desclassificadas em benefÃcio da empresa dele. O edital desta licitação gira em torno de R$ 2 milhões. A conversa, conforme disse o secretário, foi presenciada por outros secretários municipais.
"Ataques gratuitos"
O vereador Joel Garcia disse que vai entrar na Justiça contra as declarações do prefeito Barbosa Neto. Segundo ele, as acusações são “ataques gratuitos, provocados pelo pedido de informações questionando o processo de dispensa de licitação”. Garcia disse não haver necessidade para essa medida, já que “havia outras empresas que poderiam fazer o concurso”.
Em relação à s acusações da tráfico de influência, o vereador afirmou que a famÃlia dele tem um restaurante industrial, que entrou no processo de licitação da merenda. Entretanto, conforme disse Garcia, na ocasião da abertura dos envelopes, havia irregularidades na empresa vencedora e falta de documentos nas outras empresas.
Então, o vereador teria solicitado administrativamente a classificação da empresa. Como o processo foi indeferido, a empresa do vereador entrou com uma ação no Fórum para tentar garantir a classificação.
Fonte: Jornal de Londrina