Funcionários e empresas fecham acordo e põem fim à paralisação


Vigilantes aceitam proposta de aumento real de 1,14% e devem voltar ao trabalho já na quarta-feira. Abastecimento a agências e caixas já estava praticamente normalizado

Os vigilantes responsáveis pelo transporte de valores no Paraná e as empresas do setor chegaram a um consenso por volta das 17h15 desta terça-feira (9), colocando um fim à greve dos vigilantes, que durou nove dias. O acordo foi fechado com o enfraquecimento do movimento grevista, ocorrido após empresas terem voltado, parcialmente, a abastecer as agências bancárias e os terminais externos, cumprindo determinação judicial.

O acordo concedeu aos vigilantes (que trabalham diretamente nos carros-fortes) um reajuste salarial real de 1,14%, mais correções pelo INPC, além de vale alimentação no valor de R$ 15. Aos chamados funcionários da tesouraria (que atuam dentro das empresas, na contagem do numerário e preparação dos malotes), foi concedido vale alimentação de R$ 11,90 e fixado piso salarial de R$ 680, que será ampliado para R$ 700 em seis meses. No auge da greve, o do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região Metropolitana (Sindivigilantes) chegou a reivindicar 8% de aumento real.

O pacto terá a duração de dois anos e prevê ainda um novo aumento de 0,5%, além de correções pelo INPC, em 2011. Os funcionários devem voltar ao trabalho já na quarta-feira (10) e não receberão pelas horas não trabalhadas, mas terão um prazo de dois anos para reporem o tempo em que ficaram parados. “Consideramos que houve um benefício significativo à categoria, pois conquistamos um reajuste maior do que o concedido em outros estados, como São Paulo, por exemplo”, disse o presidente do Sindivigilantes, João Soares.

Abastecimento

Os carros-fortes das quatro empresas de transporte de valores voltaram a abastecer as agências bancárias e terminais externos, depois de determinação judicial. Na sexta-feira (5), a vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), desembargadora Rosemarie Diedrichs Pimpão, determinou que duas empresas - Prosegur Brasil S.A. e Brink's Transporte de Valores - que haviam fechado acordo com seus funcionários voltassem ao trabalho. A desembargadora também determinou que o Sindivigilantes liberasse 40% dos funcionários das outras duas empresas - Proforte S.A. e Transbank S.A. - para o serviço.

Nesta terça-feira, o Sindivigilantes chegou a acusar as empresas de implantaram uma “operação tartaruga”, retardando o abastecimento das agências. Os bancos, no entanto, informaram que o abastecimento estava praticamente normalizado já no período da tarde. Segundo a assessoria de imprensa do Banco do Brasil, na segunda-feira, 8, foram registrados alguns atrasos na reposição de cédulas de terminais externos em Curitiba e em Cascavel, mas os problemas já haviam sito completamente solucionados. A Caixa Econômica Federal informou que a situação também é considerada normal em suas agências, que já operam sem qualquer sinal de escassez de papel moeda.

Fonte: Jornal de Londrina