Secretário e servidores não fecham acordo e greve da Saúde continua


Segundo grevistas, pelo menos dois postos de saúde ficaram sem atendimento nesta quarta-feira. Para Secretaria, situação é normal, apesar da paralisação

A greve iniciada pelos servidores municipais da Saúde de Foz do Iguaçu, na região Oeste do estado, deve continuar na quinta-feira (11). Por volta das 17 horas desta quarta-feira (10), o comando da greve e o secretário de Saúde, Luiz Fernando Zarpelon, finalizaram mais uma rodada de negociações, sem chegar a um acordo. Com a paralisação o atendimento à população deve ser comprometido pelo quarto dia consecutivo.

O objetivo dos servidores municipais é reverter o decreto (18.919/2009) que determina que os servidores municipais voltem a cumprir jornada semanal de 40 horas, conforme determinado em concurso público. Apesar do edital de concurso especificar jornada semanal de 40 horas semanais, o Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi) afirmam que a mais de 20 anos a categoria cumpri carga horária de 30 horas por semana. Em 2003, a redução da jornada teria sido regulamentada por meio de decreto da Prefeitura.

Segundo o Sismufi, no início do ano, os servidores da Saúde se dividiam em dois turnos, em cada unidade, cumprindo 30 horas por semana, em jornadas diárias de seis horas. Com isso, o primeiro grupo atendia a população das 7 às 13 horas, e o segundo turno cumpria expediente das 13 às 19 horas. Com a ampliação da jornada semanal para 40 horas, haveria apenas um turno e o atendimento à população seria feito das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30, com as unidades permanecendo fechadas nos horários de almoço. “Nossa briga é também para que os postos de saúde fiquem abertos em tempo integral, porque há demanda, inclusive no período de almoço”, disse a diretora de administração do Sismufi, Maria Judite Blum.

A Secretaria de Saúde ressalta que esta exigindo apenas o que consta do edital. “Se eu pago para um funcionário trabalhar 40 horas, eu não posso admitir que ele trabalhe 30. Isso é ilegal”, disse o secretário Luiz Fernando Zarpelon. Ele aponta que, com a nova jornada, os servidores poderão ser remanejados para unidades onde a demanda por funcionários seja maior, como é o caso do Hospital Municipal e de unidades emergenciais, como as do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Segundo o secretário, as unidades de Saúde dos bairros tornam-se “inoperantes” no horário de almoço, ou seja, não há demandas pelos serviços neste período, o que não justifica que os postos permaneçam abertos.

Atendimento

De acordo com o comando de greve, não houve atendimento, nesta quarta-feira, nos postos de saúde do Parque Presidente e do Jardim Lancaster. Nas outras unidades, o atendimento foi parcial, com equipe reduzida e houve transtornos aos usuários. A Secretaria de Saúde afirma que o atendimento ocorreu normalmente em todas as unidades, apesar da paralisação.

A Secretaria manteve a convocação aos funcionários e reitera que as horas não trabalhadas serão descontadas em folha de pagamento.

Fonte: Jornal de Londrina