Policiais Civis prometem entrar em greve à meia noite de sexta-feira


Depois de aprovarem em assembleia a paralisação, os policiais civis definiram a data da paralisação das atividades. Governo do Estado não comenta o assunto

Os policiais civis do Paraná definiram para a meia noite de sexta-feira (19) o início da paralisação das atividades por tempo indeterminado. Segundo o presidente do Sindicato da Polícia Civil de Londrina (Sindipol), Ademilson Alves Batista, a decisão foi tomada em conjunto com os representantes sindicais de Curitiba, Maringá, Cascavel e, nessa quarta-feira (17), a paralisação também foi aprovada na cidade de Jacarezinho. A assembléia em Londrina aconteceu no último dia 10 e a previsão é de que os policiais trabalhem apenas com 30% do seu efetivo, conforme determina a lei federal para serviços considerados essenciais.

Entre as reivindicações, os policiais pedem que o efetivo de todo o Paraná dobre de 3,2 mil para 6,4 mil agentes. Segundo Batista, a falta de policiais causa dificuldade no trabalho de investigação, deficiências estruturais na Polícia Civil e também gera sobrecarga para os que estão trabalhando. “Hoje os policiais civis estão todos estressados e cansados, pois estão trabalhando muito. Pedimos também que seja criada uma gratificação ou um incentivo por esse excesso de trabalho”, disse.

Os policiais também voltam a reivindicar a implantação de Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) exclusivo para o setor e equiparação salarial do salário base com outras carreiras do governo do estado que possuem terceiro grau completo. Conforme Batista, os policiais militares recebem em torno de R$ 4 mil quando já possuem graduação universitária. Os policiais civis recebem R$ 1,9 mil. “Tudo isso já nos foi prometido e até hoje não se cumpriu. O governador (Roberto Requião) prometeu PCCS para o policial em 2005, mas ficou tudo no papel”.

A única forma de evitar a greve, conforme Batista, é um aceno do Governo do Estado para negociar com os policiais. O sindicalista informou que a última rodada de negociação aconteceu antes do início das assembleias e não prosperou. “Não houve nenhum tipo de conversa com o governo do Estado e a forma de evitar a greve por tempo indeterminado é o governador Roberto Requião aceitar sentar para negociar”.

No entanto, o Governo do Estado se mostra indiferente à greve e não comenta o assunto. Através da assessoria de imprensa, a Secretaria Estadual de Segurança informou que não comenta a paralisação, as reivindicações e nem mesmo se possui uma alternativa para evitar que a greve atinja a população.

O delegado chefe da 10ª Subdivisão da Polícia Civil de Londrina, Sérgio Barroso, também preferiu não comentar a deflagração da greve.

Fonte: Jornal de Londrina