Em menos de um ano de administração, caiu uma das promessas feitas pelo então candidato e hoje prefeito Barbosa Neto (PDT) durante o terceiro turno: governar com 50 cargos comissionados na administração direta e indireta. O link da transparência, na página da Prefeitura na internet (www.londrina.pr.gov.br) indica que a administração já conta com 84 cargos comissionados, entre diretos e indiretos. Existem pelo menos dois casos de pessoas que foram nomeadas para cargos comissionados e que ainda não apareceram na lista divulgada pela Prefeitura no link da transparência. Com eles, o número de comissionados da atual gestão chega a 86 - 36 cargos a mais do que o prometido pelo prefeito.

Um dos casos é o de Marcelo Passi Mafra, nomeado para a diretoria técnica e de desenvolvimento do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Idel) por meio da portaria número 3, de 28 de janeiro, publicada na edição de 2 de fevereiro do Jornal Oficial. O outro caso é o de José Faraco, que tem se apresentado como assessor para assuntos metropolitanos do prefeito – antes ele estava na Coordenadoria da Região Metropolitana de Londrina (Comel).

A grande maioria dos 86 cargos comissionados tem os salários mais altos disponíveis para as funções. São 22 comissionados nomeados como secretários, em cargos DS01 (salário de R$ 6.499,35), 22 em cargos CC01 (salário de R$ 4.581,10), 5 como diretores da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização, CMTU (salários de R$ 6.903,83) e três como diretores da Cohab (salários de R$ 8.809,02).

Apesar da ultrapassagem da marca estipulada pelo prefeito, a administração municipal mantém o discurso de que o compromisso da campanha foi mantido. “Está sendo cumprido, o prefeito tem dito que não vai passar dos 50 cargos. Conversei com ele na semana passada e a posição é de não mudar esse comportamento”, declarou o vice-prefeito José Joaquim Ribeiro (PSC) na sexta-feira , dia em que o prefeito retornava de viagem à Índia.

A argumentação de Ribeiro está explicitada no link da transparência. Nele, a Prefeitura informa que são 50 “comissionados” e 34 “servidores de carreira”. Isso porque a administração não contabiliza como comissionados, embora eles tenham as mesmas responsabilidades e os mesmos salários dos comissionados. No cálculo do Executivo, Carlos Hirata, servidor estadual e presidente o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul) é contado como “servidor de carreira”, embora não seja funcionário da Prefeitura.

Ribeiro, que diz que antes “não concordava” com a tese de administrar com 50 cargos comissionados, hoje é a favor. “Não para fazer uma marca política, mas pra mostrar que é possível administrar com menos gente”, declarou.

Fonte: Jornal de Londrina