Ex-prefeito presta depoimento no caso Shirogohan


Nedson Micheleti (PT) foi ouvido como testemunha do Ministério Público no caso que investiga o pagamento de propina para aprovação de projeto que beneficiou dono de boate. Cinco ex-vereadores e um da atual legislatura são réus no processo

O dia começou agitado na 3ª Vara Criminal de Londrina. Isto porque, a Justiça ouviu, na manhã desta quarta-feira (17), os depoimentos de testemunhas, entre elas o ex-prefeito Nedson Micheleti (PT), no processo que investiga um suposto pagamento de propina a vereadores pelo dono da boate Shirogohan, Cluaudemir Mendes, para a aprovação de um projeto de lei que o beneficiasse em 2006.

Nedson prestou depoimento como testemunha do Ministério Público (MP), pois ele participou de um churrasco promovido pelo empresário depois da aprovação da lei. Cinco ex-vereadores – Gláudio de Lima (PT), Luiz Carlos Tamarozzi (PTB), Sidney de Souza (PTB), Renato Araújo (PP), Henrique Barros (sem partido) e Osvaldo Bergamin (PMDB) – e um da atual legislatura, Renato Lemes (PRB), compareceram ao Fórum, mas foram dispensados.

Nove foram indiciados

A lei que beneficiou a Shirogohan foi aprovada em 2006, autorizando o funcionamento de um motel anexo à boate. A lei 9.944 acrescenta um parágrafo único ao artigo 89 de outra lei municipal, a 7.485/98 - de uso e ocupação do solo. O artigo 89 diz que motéis só podem ser instalados às margens das rodovias e precisam ter uma distância mínima de 3.500 metros de bairros residenciais. O parágrafo acrescentado afirma que, no caso da mudança da atividade de hotel para motel, a distância mínima não precisaria ser respeitada, já que garantiria um direito adquirido do estabelecimento instalado no local.

Segundo Mendes, a articulação para a apresentação do texto contou com a ajuda do ex-delegado chefe da Polícia Federal em Londrina, Sandro Viana, que ligou para o secretário municipal de Governo, Adalberto Pereira da Silva. No Legislativo, o projeto foi defendido por Souza. A pedido de Adalberto, Gláudio de Lima, que é líder do prefeito na Câmara, apresentou um substitutivo a uma lei que já tramitava na Casa e tratava de zoneamento.

O dono da boate Shirogohan, admitiu em depoimento prestado ao delegado Alan Flore e ao promotor Cláudio Esteves, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ter pagado R$ 15 mil em propina.

Foram indiciados pelo MP os ex-vereadores Sidney de Souza (PTB), Gláudio de Lima (PT), Renato Araújo (PP), Flávio Vedoato (PSC), Osvaldo Bergamin (sem partido) e Luiz Carlos Tamarozzi (PTB), Orlando Bonilha (PR) e Henrique Barros (sem partido), além do atual vereador Renato Lemes (PRB).

Fonte: Jornal de Londrina