O vereador Jacks Dias (PT) negou que tenha recebido dinheiro de uma empresa que prestava serviços terceirizados para a prefeitura de Londrina na época em que era secretário de Gestão Pública. O parlamentar convocou uma entrevista coletiva para a tarde desta segunda-feira (19) e disse não ter pego o dinheiro nem para a sua campanha nem como doação para o partido. A empresa Setrata confirmou, na sexta-feira (16), ter doado R$ 36 mil ao vereador, em seis parcelas de R$ 6 mil.

“Fui surpreendido na sexta-feira com a publicação da reportagem”, disse. Dias passou parte da semana em Curitiba, onde também tratou de questões partidárias. “Há 30 anos eu faço política em Londrina e no Paraná e nunca precisei de cargo público. Sempre agi com muita honestidade e seriedade, principalmente quando fui membro da administração pública”, declarou o vereador.

O vereador é suspeito de receber propina quando estava à frente da Secretaria de Gestão Pública, no segundo mandato do ex-prefeito Nedson Micheleti (PT). O atual vereador também já foi presidente da legenda. A empresa Setrata confirmou ao JL o pagamento de seis parcelas de R$ 6 mil ao vereador Jacks Dias (PT), no ano de 2006. Entretanto, o argumento é de que seriam contribuições ao Partido dos Trabalhadores.

Jacks Dias afirmou serem coletivos os contratos da secretaria. “Todos os contratos do período que eu estive como secretário foram tratados coletivamente, nunca individualmente”, disse. Segundo o vereador, os contratos e encaminhamentos eram feitos “coletivamente” e chegavam para ele, como secretário, “quando já estava decidido”. “Os servidores sempre agiram com muita honestidade e lisura nesses contratos”, defendeu. Ele voltou a colocar os sigilos fiscal, bancário e telefônico à disposição da Justiça.

Extorsão

O advogado João dos Santos Gomes Filho, que defende Jacks Dias (PT), afirmou que o ex-funcionário da empresa, que fez as denúncias, teria tentado extorquir o vereador. Durante a entrevista coletiva, Dias relatou que foi procurado pelo ex-funcionário com um pedido de conversa e que retornou uma vez um telefonema dessa pessoa. Depois disso, relata Dias, a pessoa tentou fazer várias ligações para marcar uma conversa “onde ninguém poderia ser gravado”.

Fonte: Jornal de Londrina