Servidores do Incra iniciam greve e Planejamento diz que negociações estão abertas


Servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) do Distrito Federal fizeram hoje (29) um ato em frente à superintendência do órgão, no Setor de Indústria e Abastecimento, para marcar o início da greve da categoria. Segundo a Confederação Nacional das Associações de Servidores do Incra (Cnasi), a paralisação ocorre em quase todo o país e até o fim da próxima semana deve ter a adesão da maioria dos estados.

Em entrevista à Agencia Brasil, por telefone, o diretor da Cnasi, José Vaz Parente, disse que a reivindicação dos servidores é para dar qualidade ao atendimento à sociedade. “Nossa reivindicação vai além das necessidades salariais, é uma luta em prol da instituição e da reforma agrária. Temos que ter condições administrativas e operacionais para atender aos interesses sociais”, afirmou o diretor.

Segundo a Cnasi, a reivindicação dos servidores é de que o Ministério do Planejamento tome medidas que revitalizem o Incra em relação à sua baixa capacidade operacional e administrativa que, de acordo com os servidores, deve-se à falta de condições de trabalho, à insuficiência de pessoal e aos baixos salários.

O diretor da confederação lembrou que o problema de insuficiência de pessoal pode piorar. Segundo ele, o quadro de funcionários, que hoje é de 6.200, pode diminuir para 4.140 no próximo ano por causa das aposentadorias e da insatisfação salarial.
  
“A previsão é de que o quadro de funcionários do Incra diminua ainda mais. De 2005 até agora, 400 servidores contratados foram para outros empregos em busca de melhores salários e cerca de 40% contratados antes de 2005 estão em processo de aposentadoria”, contou.

Os servidores alegam que enquanto o quantitativo de pessoal, nas duas últimas décadas, caiu de quase 9 mil para os atuais 6.200 servidores, o número de famílias assentadas atendidas passou de 300 mil para mais de 1 milhão.

Em março de 2008, o Ministério do Planejamento e os servidores, por meio da Cnasi, fizeram acordo de reajuste salarial que seria implantado em três períodos: retroativo ao  mês de março de 2008, em julho de 2009 e em julho de 2010. Esse acordo estabelece que até julho de 2010 os servidores com cargos de nível superior em atividade receberão aumento de 43% a 57% e os de nível médio, de até 46% (com mínimo de 32,4%).

O Ministério do Planejamento explicou que o acordo de 2008 está sendo cumprido e que a mesa de discussão com os servidores está aberta. Disse também que não se pronuncia sobre a situação enquanto as negociações estiverem em aberto.

De acordo com a Cnasi, no dia 5 de maio está prevista uma reunião com representantes do ministério e só então os servidores vão saber se mantêm a greve.
 
Fonte: Agência Brasil