Trabalhadores da coleta de lixo entram em greve nesta terça


Os 128 empregados da MM Consultoria e Construções pedem reajuste salarial e no ticket alimentação de 15%. Empresa ofereceu apenas 5%. Com a paralisação, aproximadamente 300 toneladas de lixo doméstico deixarão de ser coletadas

Os 128 trabalhadores da coleta de lixo de Londrina prometem interromper os trabalhos a partir das 6h de terça-feira (4). Eles reivindicam uma reposição salarial de 15% e um reajuste do valor do ticket alimentação no mesmo índice. Na semana passada, a empresa MM Consultoria e Construções apresentou uma proposta de reajuste de 5%, que foi rejeitada pelos funcionários.

Segundo o diretor-tesoureiro da Federação dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação (Feaconspar), João Gerônimo Filho, a pauta de reivindicações dos trabalhadores foi entregue à direção da MM no início de abril, mas não houve avanço nas negociações. “Estamos apelando para o último recurso, que é a greve. A empresa não deu tanta importância para a nossa proposta. A paralisação não é boa para ninguém, principalmente, para a população, que não terá a coleta de lixo”, diz.

Os trabalhadores, que recebem salários de R$ 625,25 e ticket alimentação de R$ 366,00, não aceitaram a proposta da empresa (de 5%) por considerarem que o valor é abaixo da inflação registrada pelo Dieese (5,15%). Eles também querem a troca dos equipamentos de proteção individual e a realização de manutenção dos caminhões de coleta.

O diretor da MM, Raimundo Paiva, afirmou que a empresa não está “com má vontade de negociar”, mas não tem como atender as reivindicações dos trabalhadores. Ele afirmou que o contrato com a Prefeitura é em caráter emergencial e não pode ser reajustado. Paiva ressaltou que os 5% estão sendo retirados da própria “carne da empresa”. “Temos um contrato só até o dia 7 de julho, então, não podemos negociar um reajuste maior. Queremos melhorar a situação do trabalhador, mas não podemos inviabilizar o nosso serviço”, explicou.

Paiva disse que está tentando chegar a um consenso com os trabalhadores, mas afirmou que o processo de greve pode ser considerado ilegal. “O sindicato da categoria não convocou uma assembleia oficial. Já encaminhamos um documento questionando a paralisação ao Ministério Público e para o Ministério do Trabalho. Porém, acredito que vamos chegar a uma solução”, disse.

A empresa é a responsável por toda a coleta de lixo domiciliar desde o dia 13 de janeiro deste ano. Se ocorrer a paralisação aproximadamente 300 toneladas de lixo deixarão de ser coletadas diariamente.

Fonte: Jornal de Londrina