Sanepar faz proposta, mas trabalhadores mantêm greve


Uma assembleia será realizada nesta terça-feira para avaliar a proposta da empresa. Sindicato acredita que houve avanço nas negociações

A Sanepar fez uma proposta para os trabalhadores das estações de tratamento e esgoto de Curitiba e região metropolitana que entraram em greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (3). De acordo com Gerti José Nunes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Saneamento (Saemac), os trabalhadores decidiram manter a greve, mas vão discutir as questões em assembleia nesta terça-feira (4), em horário ainda a definir.

“Vemos que já houve um avanço nas negociações, mas a empresa ainda não analisou alguns itens importantes”, diz Nunes. A proposta da empresa prevê um turno de seis dias trabalhados para quatro dias de folga, que era uma antiga reivindicação da categoria, além de indenização do quilômetro rodado pelos profissionais que usam os próprios carros para irem ao trabalho e das horas suprimidas, que eram pré-contratadas para serem trabalhadas como horas extraordinárias.

Greve

De acordo com o Comando de Greve, os 200 colaboradores do setor aderiram ao movimento. No entanto, como se trata de um serviço essencial, foi feita uma escala de revezamento para que 30% dos grevistas continuem trabalhando. Além do Saemac, trabalhadores do Sindicato dos Químicos no estado do Paraná (Siquim) também aderiram ao movimento.

Para o presidente do (Siquim), Elton Evandro Marafigo, a população não será afetada por causa da greve. Os grevistas afirmam que irão fazer o tratamento da água e também continuarão organizando o abastecimento e a coleta de esgoto. “Garantiremos a qualidade e o abastecimento de água”, afirmou Marafigo.

Reivindicações

A categoria reivindica a alteração da escala de trabalho. Os colaboradores querem trabalhar seis dias e folgar quatro. A escala que está em vigor determina que são cinco dias de trabalho e um de folga.

Outra reivindicação é o adicional de 40% pelo trabalho nos fins de semana, feriados e no turno noturno. Além disso, segundo Marafigo, os colaboradores da Sanepar cumprem turnos de seis horas “corridas” e fazem as refeições no local, pois não é possível parar para fazer intervalo. Por conta disso, os sindicatos querem uma compensação financeira.

Os trabalhadores discordaram também da redução da carga horária de oito para seis horas diárias. “Houve redução drástica nos salários dos trabalhadores por causa dessa redução das horas", afirmou Marafigo. Apesar disso, a categoria não quer pagamento de hora extra dessas duas horas. O pedido é para que as horas sejam acumuladas e revertidas em folgas.

Os sindicatos reclamam ainda da dificuldade de locomoção dos colaboradores na entrada do turno das 6 horas e na saída do turno da meia-noite.

O salário médio de um colaborador de nível médio desse setor é R$ 800. Os técnicos recebem R$ 1,4 mil, já o salário dos funcionários com nível superior é de aproximadamente R$ 2,6 mil.

Negociações

Uma reunião entre as partes foi realizada no Ministério Público do Trabalho (MPT) para esta segunda-feira (3), às 17 horas. De acordo com Marafigo, não houve acordo na última reunião entre os trabalhadores e a empresa (dia 30) porque a proposta não foi satisfatória. O presidente do Siquim afirmou que a única proposta da Sanepar foi o pagamento de R$ 0,51 por quilômetro rodado aos funcionários do turno das 6 horas e da meia-noite. A proposta foi rejeitada pelos trabalhadores

Fonte: Jornal de Londrina