Entidade com sede no Paraná é acusada de desviar R$ 300 milhões em verbas federais


Em Londrina, dos R$ 34 mi recebidos pelo Centro Integrado de Apoio Profissional (CIAP), R$ 10 mi foram desviados. 14 mandados de prisão são cumpridos

A Polícia Federal está prendendo, na manhã desta terça-feira (11), envolvidos em um esquema milionário de desvio de recursos federais comandado por uma entidade com sede no Paraná. Trata-se do Centro Integrado de Apoio Profissional (CIAP), sediado em Curitiba, que é suspeito de desviar R$ 300 milhões nos últimos cinco anos – R$ 10 milhões somente em Londrina, onde se concentram as prisões no estado.

O trabalho, batizado de Operação Parceria, é feito ainda nos estados de São Paulo, Goiás, Maranhão e Pará. Os policiais estão cumprindo, nesta manhã, 40 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão temporária, expedidos pela 2ª Vara Federal Criminal de Curitiba. A investigações e as prisões são feitas em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU), o Ministério Público Federal e a Receita Federal.

Conforme a PF, um dos “cabeças” do esquema de desvio foi preso em Londrina. A polícia diz que, para desviar os recursos para pessoas e empresas do grupo, o CIAP valia-se da condição de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), modalidade jurídica para associações civis, para estabelecer contratos com o poder público, conhecidos como “termos de parceria”. Segundo as investigações, o CIAP tornou-se uma Oscip com o propósito único de se apropriar ilegalmente de verbas recebidas por meio das parcerias com as administrações públicas.

Segundo a assessoria de imprensa da PF, a estrutura da organização seguia os seguintes passos: “identificação de recursos públicos disponíveis para celebração de termos de parceria ou convênios; atuação prévia de lobistas pertencentes ao grupo para direcionar com favoritismo aos recursos para o CIAP; celebração de “termo de parceria” ou “convênio” com valores superdimensionados; além de outros artifícios para garantir a apropriação dos recursos recebidos através das parcerias, a organização criminosa estruturou vultosos saques em espécie e movimentações financeiras com a utilização de interpostas pessoas físicas e empresas mantidas pelo grupo; posterior manipulação da contabilidade da OSCIP e da prestação de contas das parcerias para dificultar o rastreamento dos recursos públicos desviados.”

Fonte: Jornal de Londrina