Moradores sofrem com falta de médicos plantonistas em posto de saúde de Londrina


Dois profissionais que deveriam trabalhar nesta segunda não compareceram. Funcionária do posto Maria Cecília informou que os médicos trabalhavam em hora-extra, o que deixaram de fazer. Falta de médicos fere o novo código de ética da categoria

A falta de médicos plantonistas causou transtorno aos pacientes que, na manhã desta segunda-feira (24), procuraram a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Maria Cecília, na zona norte de Londrina. A ausência dos profissionais foi confirmada por uma funcionária do posto, que pediu para não ser identificada. Ela informou que dois médicos deveriam realizar o atendimento à população. Os pacientes que procuram a unidade foram encaminhados para a UBS do Jardim Leonor.

A funcionária disse que, na escala da segunda-feira, os médicos trabalhavam em hora-extra, o que deixaram de fazer. Questionada se a medida foi uma determinação da Secretaria de Saúde, ela se negou a responder.A servidora informou que, desde a semana passada, a direção da unidade tenta completar a escala, mas sem sucesso. A falta de médicos durará toda a segunda-feira. “Nós tentamos, mas não há profissionais da rede suficiente para atender a todas as unidades”, declarou.

Com um problema no pé, o ajudante de pedreiro Daniel da Conceição, 28 anos, foi surpreendido com a falta de médicos na unidade. Ele tinha uma consulta agendada para a manhã desta segunda. “Estava com o encaminhamento na mão, os funcionários apenas olharam e já me encaminharam para a UBS do Leonor”, disse.

Para Conceição, a falta de médicos é uma humilhação para a população que precisa de atendimento nos postos de saúde. “Preciso de atendimento médico para resolver o meu problema e poder voltar a trabalhar. Não estou conseguindo calçar nenhum sapato. O atendimento está terrível”, declarou.

Novo código de ética

A falta de médicos plantonistas fere o artigo 9º, do capítulo três, no novo código de ética médica, que entrou em vigor no dia 13 de abril deste ano. Pelo documento, é vedado aos profissionais deixar de comparecer a plantão ou abandoná-lo sem um médico substituto. Quando isto ocorrer, a direção da unidade de saúde deve providenciar a substituição.

Segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM) de Londrina, Álvaro Luiz de Oliveira, para realizar uma fiscalização nas unidades básicas o órgão necessita receber uma denúncia oficial. Contudo, ele destacou que “não pode furar a escala de plantão”.

“Neste caso, caberia à Prefeitura fazer a reposição dos profissionais. Se comprovada a falta de médicos nos plantões, o gestor poderá responder pela falha”, disse.

Fonte: Jornal de Londrina