Nas ações que correm no STJ, tanto a ANPM quanto o INSS alegam que houve rompimento de acordo feito entre as partes sobre valores pagos à categoria e jornada de trabalho. Em decisão anunciada na noite de ontem (24), o ministro Humberto Martins, do STJ, ressaltou que cabe só ao Judiciário “verificar se a paralisação das atividades é abusiva ou não, de acordo com os requisitos legais.”
No mesmo dia que a ANMP pediu que o STJ declarasse a legalidade da greve, o INSS solicitou ao tribunal que a greve fosse declarada abusiva. Representantes do Ministério da Previdência não foram encontrados para comentar o assunto.
A carreira de perito médico da Previdência foi criada em 2004 para avaliar a situação de segurados que recebem benefÃcio por estarem impedidos ou inaptos para o trabalho. Segundo a ANMP, em três anos ela atraiu cerca de 5 mil profissionais, proporcionou uma economia de R$ 5 bilhões aos cofres públicos pelo não pagamento de benefÃcios indevido. Por isso, a profissão é uma das mais perigosas do funcionalismo público.
Somente no ano passado, foram registradas 72 agressões contra peritos médicos. Em 2006 e 2007, dois profissionais foram assassinados no exercÃcio de suas funções. “As pessoas acham que o INSS é seguro-desemprego ou Bolsa FamÃlia e que o governo têm obrigação de dar dinheiro para elas porque pagaram benefÃcio”, disse o presidente da ANMP, Luiz Carlos Argolo.
A indignação dos segurados com os peritos médicos não ocorre só quando são impedidos de receber o benefÃcio. “No Rio de Janeiro, neste ano, uma segurada não gostou quando a perita informou que ela receberia 30 dias de benefÃcio, pois considerou muito pouco tempo e espancou a profissional”, contou Argolo. Esses episódios, segundo ele, justificam reivindicações como mais segurança e que a entrega dos resultados dos exames aos segurados seja feita fora das agências.
Fonte: Agência Brasil