Motoristas e cobradores planejam protesto contra proposta salarial


Pela proposta patronal, salários dos trabalhadores teriam apenas reposição das perdas da inflação, além de remanejar 450 cobradores da função. Nova reunião deve discutir o assunto

Os motoristas e cobradores de ônibus podem paralisar o trabalho em protesto contra a proposta salarial do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Londrina (Metrolon). A categoria realizou assembleia nesta quarta-feira (30) e decidiu protestar a partir da semana que vem, caso não haja acordo. Pela proposta patronal, os salários dos trabalhadores teriam apenas a reposição das perdas da inflação, além de remanejar 450 cobradores da função. Uma nova reunião deve discutir o assunto na sexta-feira (2).

“A proposta patronal é zerar as perdas da inflação. Eles também dão estabilidade de três anos aos cobradores e querem aproveitar esses funcionários em outras atividades da empresa”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina (Sinttrol), João Batista da Silva. De acordo com ele, a intenção das empresas é demitir os 450 cobradores que terão função remanejada. “Eles marcam data para demissão dos trabalhadores.”

Dos 1.006 votantes, 864 trabalhadores aprovaram os protestos, 126 aceitam a proposta patronal, 13 votaram em branco e 3 anularam o voto. Pelos números do sindicato, 359 motoristas convencionais querem o protesto, 36 a proposta, 3 votaram em branco e um anulou; dos micro-ônibus, 112 votaram pelo protesto, 11 pela proposta patronal, 3 em branco e um anulou; dos cobradores, 286 vão pelo protesto, 27 pela proposta e 4 em branco; Por fim, 107 dos demais empregados (limpeza, portaria, oficina, escritório e administração) votaram pelo protesto,52 pela proposta, 3 em branco e um anulou.

Um edital deve ser publicado nesta quinta-feira (1º) avisando a população que “estamos correndo o risco de ter paralisações no transporte coletivo”. “Temos expectativa de que isso seja evitado”, afirmou Silva. O diretor do Metrolon, Gildalmo Mendonça, considerou como “mentira” a hipótese de demitir os 450 cobradores. “A gente só quer tirar os cobradores dos ônibus, com possibilidade de aproveitar em outros serviços”, disse. Segundo ele, os próprios cobradores disseram aos patrões que muitos deles ficam sem serviço em algumas linhas. “Eles disseram que havia ociosidade”, declarou. Mendonça disse não ter sido informado oficialmente da reunião, embora tivesse ouvido sobre o compromisso. “Não posso dizer o que vai ser. Senão será tudo especulação.”

Fonte: Jornal de Londrina