Dono de boate confirma pagamento de propina para aprovação de lei


Claudemir Medeiros foi a última testemunha arrolada pelo MP. Empresário teria pagado R$ 15 mil para que vereadores aprovassem projeto

O empresário Claudemir Medeiros confirmou, em depoimento na manhã desta terça-feira (10) na 3ª Vara Criminal, que pagou R$ 15 mil para aprovar lei que alterava zoneamento e permitia a ele manter em atividade uma boate na zona leste de Londrina. O dono da boate foi a última testemunha arrolada pelo Ministério Público (MP). Uma nova audiência já foi marcada para o dia 9 de setembro, quando serão ouvidas testemunhas de defesa.

“Ele confirmou, em juízo, que foi exigido inicialmente R$ 15 mil para cada vereador para que fosse aprovado o projeto. Ele acabou pagando somente R$ 15 mil. Em decorrência da exigência, o projeto foi aprovado e alterou a lei de zoneamento permitindo a construção de hotéis e motéis”, explicou o promotor Jorge Fernando Barreto. Segundo o promotor, este é um dos aspectos importantes do depoimento.

Outro item importante dito no depoimento foi a quantidade de vereadores que teria recebido a propina. “Dois vereadores falavam por todos os demais, já que seriam vários”, contou Barreto. Ele não soube precisar quantos parlamentares seriam beneficiados com a propina. O promotor disse ainda que Medeiros confirmou ter pagado somente R$ 15 mil, e não o todo que lhe era exigido indevidamente.

“Ele disse que chegou no dia da votação e entregou R$ 15 mil, pois era só aquilo que tinha. Responderam para ele que aquilo seria para o ‘café’ e que ele estava devendo para os vereadores”, disse Barreto. Ainda em depoimento, Medeiros disse que os vereadores ameaçaram não aprovar a lei, caso o assunto fosse comentando com alguém. Barreto considerou o depoimento de Medeiros como um dos mais importantes no caso. “É um testemunho chave, porque ele é a vítima”, disse.

Assistiram ainda ao depoimento os ex-vereadores Renato Araújo, Henrique Barroso e Flávio Vedoato, suspeitos de envolvimento no caso. “A presença deles não era necessária, mas foi quem quis assistir”, explicou o promotor. Para a próxima audiência, marcada para o dia 9 de setembro, todos os réus serão intimados. Após os depoimentos das testemunhas de defesa e dos interrogatórios dos réus, cabe à Justiça sentenciar no caso.

Fonte: Jornal de Londrina