Governo apresentará proposta para que peritos médicos suspendam greve


O andamento de 300 mil novos pedidos de auxílio-doença pode estar sendo prejudicado pela paralisação, que atinge parcialmente a categoria dos peritos médicos da Previdência Social desde o dia 22 de junho. A pauta de reivindicações da categoria pede, entre outros pontos, a redução da carga horária dos peritos, para seis horas diárias, a adequação das agências de atendimento, inclusive com a adaptação dos consultórios para a atividade e o respeito ao mínimo de 20 minutos por perícia e, principalmente, condições para que o trabalho seja exercido com segurança.

O presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes, terá uma audiência com o ministro da Previdência, Carlos Gabas. “Ele nos ligou, pedindo que fizéssemos a intermediação junto aos peritos médicos, uma vez que não reconhece como legítima a intermediação da Associação Nacional de Médicos Peritos da Previdência [ANMP)”, disse Carvalhaes.

Na reunião, o governo apresentará a proposta que tem para a categoria. “Nosso papel será o de tentar melhorar ao máximo possível a proposta que será apresentada”, garante o médico.

Segundo Carvalhaes, a questão da segurança preocupa muito a categoria, porque foram registrados vários casos de agressão e até mesmo de assassinatos contra peritos médicos. “Muitas vezes, indivíduos próximos da aposentadoria e afastados por alguma incapacidade temporária, querem voltar à função para receber um benefício melhor do que é o pago nos casos de invalidez. E como nem sempre obtêm o que querem, acabam partindo para a violência”, explicou.

Carvalhaes sugeriu que o resultado das perícias contendo as conclusões dos peritos seja apresentado posteriormente, via eletrônica ou no balcão, para que o funcionário ajude a evitar o contato direto entre o beneficiário e o médico. “Isso evitará que a insatisfação de alguns resulte em violência”, justificou Carvalhaes. “Enfim, o que queremos são condições técnicas que permitam o trabalho dos peritos médicos”.

O Superior Tribunal de Justiça já julgou preliminarmente a greve da categoria, e a considerou legal. Mas determinou que, pelo menos 50% dos cerca da cinco mil peritos médicos, estejam ocupando seus postos. Isso, segundo Carvalhaes, já vem sendo cumprido.

Fonte: Agência Brasil