Ela ressalta que a doença, que atinge cerca de 5% da população com mais de 65 anos, não tem cura e provoca a perda de funções como memória, raciocÃnio, juÃzo crÃtico e orientação. Os portadores da doença apresentam, além de lapsos de memória, alterações de comportamento, desorientação espacial e dificuldades para fazer tarefas normais como se alimentar ou se vestir.
Nos estágios mais avançados, a pessoa passa a não reconhecer familiares e amigos até ficar totalmente dependente. “O indivÃduo fica repetitivo, incapaz de aprender uma nova informação. Essa alteração de memória é justamente para novas informações, para fatos recentes. A memória de acontecimentos antigos continua bastante preservada no inÃcio do quadro. [O paciente] pode ainda não reconhecer lugares que antes lhe eram familiares e se perder nas datas. Pode também ter depressão, apatia, surtos de agressividade, delÃrios de roubo, [mania de] perseguição e ciúme”, explicou Smid.
De acordo com a neurologista, não existe nenhuma forma de prevenir a doença, mas há estudos que indicam que o cuidado com os fatores cardiovasculares de risco também são importantes para evitar doenças neurodegenerativas. “A prática regular de atividade aeróbica, o controle de doenças como pressão alta, diabetes, colesterol, o não hábito do tabagismo, fazem do indivÃduo alguém com menos chance de desenvolver o Alzheimer”.
Ela aconselha à s famÃlias a prestar muita atenção caso haja um parente que se torne repetitivo, que tenha dificuldade para encontrar palavras quando está conversando e, caso percebam esses sintomas, devem procurar um médico geriatra, clÃnico geral, neurologista ou psiquiatra. “Esses médicos vão aplicar testes adequados e vão ver se realmente é um problema de memória ou não”.
Smid destacou que quanto mais exercÃcios o cérebro fizer, menores as chances de a pessoa desenvolver o Alzheimer. Ela recomendou a leitura, palavras cruzadas, jogos de tabuleiro. “É preciso exercitar o pensamento. Se a pessoa tem o hábito de ler todos os dias, está exercitando o cérebro e já está fazendo uma atividade a mais para se proteger contra essas doenças”, disse.
A neurologista ressaltou ainda que as pessoas que convivem com pacientes, sejam elas parentes ou cuidadores, também devem procurar orientação médica e psicológica. “É uma doença que traz bastante sobrecarga, tanto emocional quanto fÃsica, para os cuidadores e familiares porque o indivÃduo se torna cada vez mais dependente. É uma doença em que toda a famÃlia acaba sendo envolvida e consumida”.
Fonte: Agência Brasil