Diretoras reeleitas podem não tomar posse em janeiro


Em seis escolas, as diretoras disputaram a reeleição mediante liminar, mas a Secretaria de Educação já anunciou que Município vai recorrer

As diretoras que lideravam a apuração parcial das eleições em seis escolas municipais, até o início da noite de ontem, mesmo vencendo, podem não tomar posse no dia 28 de janeiro. Elas concorreram mediante liminar judicial, tiveram garantido o direito de participar do pleito, mas a Prefeitura vai recorrer.
Segundo a secretária de Educação, Karin Sabec, se a decisão do recurso não sair até o dia da posse, a Procuradoria do Município vai entrar com pedido de liminar. “Temos o prazo para recursos e a Procuradoria vai entrar com pedido de liminar para que sejam nomeados diretores nessas escolas, no dia 28 de janeiro. Isso se a decisão judicial não sair até lá”, disse.

A Comissão Eleitoral Central da Secretaria Municipal de Educação afirmou que, na apuração parcial, as seis diretoras que concorreram com liminar estavam à frente, porém o resultado oficial só seria divulgado hoje às 17 horas.

O pleito ocorreu em meio à polêmica criada pelo decreto municipal publicado menos de um mês antes que modifica as regras da eleição para diretores das escolas da rede municipal. A alteração reduz o mandato de três para dois anos e limita a reeleição a apenas uma vez. Com isso, pelo menos 28 diretores estariam impossibilitados de concorrer. No entanto, 11 diretores recorreram judicialmente e10, em primeira instância, tiveram o pedido negado. Apenas a direção da Escola Municipal Eugênio Brugin conseguiu a liminar em primeira instância. Quatro desistiram e outros seis diretores recorreram em segunda instância e conseguiram liminar para participar das eleições.

A presidente da Comissão Eleitoral Central, Sandra Regina Leme, afirmou que a liminar concedendo o direito de participação no pleito chegou na segunda-feira às 16h30. “A comissão eleitoral acatou a determinação e homologou as candidaturas dessas escolas”, explicou.

As escolas que tiveram eleição de diretores baseada em liminar são Aristeu dos Santos Ribas, no Conjunto João Paz; Haydee Colli Monteiro, no Jardim Paraíso; Norman Prochet, no Parque Guanabara; Claudia Rizzi, no Conjunto Vivi Xavier; Senador Gaspar Velloso, no Conjunto Sebastião de Mello César e Jovita Kaiser, no Jardim Alto da Boa Vista.
Na Escola Eugênio Brugin, o diretor também conseguiu liminar para se recandidatar. “Mas obteve também um prazo de seis dias, a partir da homologação da candidatura, que será amanhã [hoje] para fazer sua campanha e só então ser realizado o pleito”, explicou Sandra Leme, do Conselho Eleitoral.

Diretora acredita em posse

A diretora da Escola Municipal Norman Prochet, Silvia Regina de Souza Facco que concorreu ao cargo amparada em liminar, venceu as eleições com 85% dos votos (de um total de 93 votos de pais e 23 de professores, ela recebeu 90 de pais e 19 professores). “Nós só recorremos porque queremos continuar a trabalhar pela escola e por causa do apoio de pais e professores que pediram para que não desistíssemos.”
Silvia acredita que vai tomar posse no dia 28 de janeiro, apesar da declaração da secretária de Educação, Karin Sabec de que vai recorrer. “Se a secretária vai recorrer, nós também vamos. A lei que está valendo é a de 1994, que diz que o diretor pode se candidatar quantas vezes desejar. Para mudar o jogo ela tem que mudar a lei.”
Em outras três escolas e um Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) de distritos de Londrina, as eleições não ocorreram por falta de candidatos. A diretora da Escola Municipal Jadir Dutra, no Patrimônio Selva, Maria das Graças Silva, está há 7 anos no cargo. Ela disse que não tinha interesse em se recandidatar, independente do decreto. “Eu já estava há bastante tempo no cargo, tinha que mudar”. Nenhum professor se interessou, segundo ela, em participar do pleito. Nestes casos o cargo será ocupado por alguém indicado pela Secretaria Municipal de Educação.

Fonte: Jornal de Londrina