Cras e Creas serão municipalizados


Processo faz parte de plano de providências exigido pelo governo do Estado, que proíbe terceirização de funcionários nos serviços atualmente realizados por meio de convênios

Londrina tem até 2013 para acabar com a terceirização de funcionários nos Centros de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) e nos centros de Referência de Assistência Social (Cras). A determinação é da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social (Setep) que, em monitoramento e avaliação da gestão municipal da assistência social, apontou a irregularidade referente ao quesito recursos humanos. No final do ano passado, após avaliação estadual, a Prefeitura teve que apresentar um plano de providências que tem que ser cumprido até 2013. Hoje nos 10 Cras, segundo a secretária de Assistência Social, Jacqueline Micali, há 176 funcionários e apenas 45 são servidores públicos. Já os Creas têm 60 funcionários, a grande maioria terceirizada.

“Como os Cras e Creas são unidades públicas e estatais as contratações de funcionários não podem ser terceirizadas”, afirma a técnica do escritório regional, em Londrina, da Secretaria do Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social (Setep), assistente social Regina Enjiu. “O Tribunal de Contas também estava fazendo esta cobrança referente aos contratos dos funcionários.”

A diretora de serviços especializados da Secretaria de Assistência Social, Edna Rocha explica que as parcerias foram feitas para implantação dos serviços, já com o compromisso de gradativamente estatizá-los. “Os serviços são de excelente qualidade e agora serão municipalizados, o que já era previsto na sua implantação [em 2005] para cumprir com o Plano Nacional de Assistência Social.”
A secretária de Assistência Social, Jacqueline Micali, explica que com a municipalização os serviços passarão a custar R$ 1,3 milhão. No sistema atual, de parcerias, de acordo com ela os serviços custam a metade.

Passos
O primeiro passo dado pela Prefeitura, segundo Jacqueline Micali foi a criação de uma coordenação com funcionário público para cada um dos Creas e dos Cras. Na sequência, foi aprovada a legislação da Política Municipal de Assistência Social, e na semana passada o Creas que atende moradores de rua foi municipalizado. Segundo Jacqueline Micali, para adequação, além do quadro de funcionários, os Creas e Cras têm que ter sedes ‘bancadas’ pela Prefeitura.

O grande benefício da municipalização, na avaliação de Jacqueline Micali, é garantir a continuidade dos serviços, uma vez que farão parte da Política Municipal de Assistência Social. A meta, segundo a secretária, é municipalizar até junho de 2011, os Creas de atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência e de atendimento a adolescentes autores de atos infratores. Para isso está previsto concurso público para janeiro.
No decorrer do próximo ano serão municipalizados três Cras. “Está prevista a construção de quatro sedes de Cras”, afirma a secretária. Segundo ela, para atender a nova Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais aprovada com a Resolução 109/2009, do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), dos 10 Cras existentes em Londrina, 5 também deverão ser municipalizados. Os outros serão referenciados a unidades municipalizadas.

Fonte: Jornal de Londrina