Eleição da Comissão de Ética abre primeira crise na Câmara


A eleição dos membros da Comissão de Ética da Câmara para o biênio final da Legislatura, realizada na tarde desta quinta-feira (3), abriu a primeira crise de 2011 na Casa. O saldo foram duas renúncias e troca de farpas. Seis candidatos disputaram a eleição. Rony Alves (PTB), Jairo Tamura (PSB) e Renato Lemes (PRB) foram eleitos, com 10 votos cada. Roberto Kanashiro (PSDB) ficou na suplência, com nove votos. Lenir de Assis (PT), com oito votos e Ivo de Bassi (PTN), com sete, ficaram de fora.

A crise propriamente dita começou com a renúncia de Alves, que foi corregedor no primeiro biênio. Ele renunciou alegando que Tamura e Lemes decidiram quem ocuparia quais cargos sem que ele fosse consultado. Tamura ficaria com a corregedoria e Lemes, com a presidência. Alves alega não ter participado da decisão o que, segundo ele, seria antiético – o motivo para a renúncia.

Na avaliação do petebista, a exclusão da corregedoria se deve ao seu trabalho na função. No exercício do cargo de corregedor, ele denunciou dois colegas, pedindo a cassação dos mandatos, casos de Rodrigo Gouvêa (PTN) – absolvido pelo plenário – e de Paulo Arildo (PSDB) – caso que ainda não foi apreciado. Outros casos envolvendo vereadores também era apurados por Alves na corregedoria.

Tamura reagiu elogiando o trabalho de Alves na Corregedoria e dizendo que a palavra “antiético” era “muito forte”.

Kanashiro, que passaria de suplente a titular, também renunciou. Alegou que deixava o cargo para “facilitar a renovação”. Com isso, Lenir subiu para a condição de membro e Bassi, para a de suplente.

Gol contra

Além da troca de farpas, há outro problema: a eleição de Lemes deve provocar desgaste no Legislativo. Isso porque ele é réu no caso Shirogohan, objeto de ação judicial movida pelo Ministério Público contra vereadores da Legislatura anterior. Eles foram acusados de cobrar propina do dono da boate Shirogohan para aprovar uma lei beneficiando o estabelecimento.

A condição de réu no caso Shirogohan foi crucial para que a candidatura de Lemes à presidência da Câmara naufragasse, no final do ano passado. O argumento que derrubou a candidatura foi de que a condição de réu seria um fator de desgaste para o Legislativo.

Fonte: Jornal de Londrina