MP quer detalhes sobre plano de emergência para a saúde


Medida foi anunciada há duas semanas pelo prefeito Barbosa Neto, com a promessa de que ações transformariam a saúde pública de Londrina em “modelo para o resto do Brasil”

A Promotoria de Defesa da Saúde cobra da Prefeitura de Londrina o detalhamento do pacote de emergência anunciado 15 dias atrás pelo prefeito Barbosa Neto, quando prometeu R$ 24 milhões em investimentos para a saúde. No anúncio, Barbosa afirmou que as ações emergenciais transformariam Londrina em “um modelo para o resto do Brasil”. Até ontem, entretanto, não havia sinais de que medidas de impacto tivessem influenciado positivamente o sistema público de saúde, que enfrenta inúmeros problemas.

“Anunciaram, mas não enviaram nenhuma informação”, questiona o promotor Paulo Tavares. Segundo os planos anunciados pela administração, R$ 10 milhões seriam aplicados na contratação de clínicas particulares para prestação de serviços de pediatras, clínicos gerais e ginecologistas. A abertura dos envelopes estava prevista para esta semana – mas na página oficial da Prefeitura não há referências a qualquer procedimento de contratação do serviço definido. A reportagem não conseguiu contato com o secretário de Gestão Publica, Marco Cito. A secretária de saúde, Ana Olympia Dornellas, também não atendeu telefonemas da reportagem.

Enquanto aguarda informações, a Promotoria continua a investigação aberta no ano passado sobre a falta de médicos na rede municipal. O promotor já visitou unidades de saúde no Jardim Leonor, conjuntos União da Vitória, Maria Cecília, Marabá, San Izidro e Armindo Guazzi. “É uma situação que se reflete em todas as unidades de saúde”, lamenta. “Cobramos uma definição.”

Manifestação
No Jardim Leonor (zona oeste) moradores preparam, para breve, uma manifestação na frente da Prefeitura – e prometem tomar o gabinete contra o caos na saúde municipal. No começo de fevereiro, a comunidade deu um ultimato de 10 dias para o prefeito resolver o problema da unidade de saúde. “A unidade tem problemas no telhado, não tem recursos humanos e não conta nem com um desfibrilador. É uma realidade que espelha todas as unidades de saúde”, diz o promotor.

Cícero Cipriano, integrante do Conselho local de Saúde, afirma que a população local apenas aguarda respostas de ofícios enviados para começar os protestos. “Diferente do gestor, vamos cumprir o que prometemos e estaremos na frente da Prefeitura para nos manifestarmos.” Cipriano qualifica a proposta de pagar clínicas particulares para reduzir o tempo de atendimento e espera nas filas nos postos “como uma evidente terceirização que deve ser combatida”.


Fonte: Jornal de Londrina