Troca de acusações e muito bate-boca marcam reunião do Consema em Londrina


A Assembléia Extraordinária realizada da noite desta quarta-feira (16) pelo Conselho Municipal do Ambiente (Consema), de Londrina, ficou marcada por troca de acusações e muito bate-boca entre membros da entidade e o secretário municipal de Ambiente, José Faraco, que representou o prefeito Barbosa Neto na reunião. O prefeito acusa funcionários da empresa Master Ambiental, membros do Consema e ambientalistas, de tráfico de influência. Para Barbosa Neto, há uma máfia no setor do meio ambiente em Londrina.

Faraco acusou o presidente do Consema, Fernando Barros, de se beneficiar das consultorias realizadas através de sua empresa, a Master Ambiental. Conforme as denúncias do município, Barros não poderia assumir o cargo, sendo dono de uma empresa do setor do meio ambiente. Ele ainda afirmou que o "Jornal de Londrina" não publica as informações de não-conformidades do Conselho e estaria sendo dirigido a atacar a atual administração municipal.

As acusações seguiram para o ex-secretário municipal da pasta, o advogado Carlos Levy, que teria facilitado um pedido de licenciamento ambiental, em 2009, quando ainda ocupava o cargo na prefeitura. Levy é o fundador da ong Meio Ambiente Equilibrado (MAE) e, de acordo com a prefeitura, ele teria facilitado aprovações em beneficio dos ambientalistas. Faraco ainda apresentou fotos e nomes de outros membros do conselho, que também são funcionários da empresa Master e tem ligações com ongs ambientais do município.

Na reunião, Levy apresentou gravações que teria feito durante encontros na última semana com o atual secretário. No áudio, Faraco faz acusações de cunho pessoal contra outros membros do Conselho. Ele chamou o ambientalista João das Águas de "maconheiro" e outro membro do conselho, o técnico em meio ambiente Alexandre Colognhezi de "retardado e cara de bobo". Segundo Levy, as gravações são legais, uma vez que foram gravadas entre ele e Faraco apenas. "Seria ilegal caso eu gravasse a conversa de duas outras pessoas. A minha conversa pode ser gravada", explicou.

O biólogo Eduardo Panachão, que é membro do Consema e presidente da ong Meio Ambiente Equilibrado (MAE) e que também presta serviços para a Master Ambiental, disse desconhecer a acusação apresentada pelo secretário. "Ele pegou uma foto minha, que tem no site da Master, mas não apresentou qual a minha relação com isso tudo. Eu tenho a minha própria empresa de consultoria, presto serviços para outras também. Este circo montado por esse senhor foi uma palhaçada", disse.

De acordo com João das Águas, que também foi acusado pela prefeitura de estar infiltrado em entidades para se beneficiar, nenhum dos presentes na reunião entendeu o teor das denúncias apresentadas pelo município. "Falta entender o que o secretário quis dizer. Simplesmente, pela primeira vez que o Conselho questionou a licitação de lixo e do funcionamento da Central de Tratamento de Resíduos (CTR), está acontecendo isso. Mas nós fizemos as críticas no sentido construtivo. Ninguém tem interesse de denegrir ou se beneficiar", comentou.

Faraco informou que protocolou as denúncias junto ao Ministério Público (MP) em Londrina. O promotor Renato de Lima Castro analisa o auto, que pede a investigação sobre a empresa de Fernando Barros, a Master Ambiental.

Na última quinta-feira (3), Barbosa disse que faria "revelações bombásticas" sobre pessoas ligadas ao Consema e jornalistas que queriam lucrar ao fazer denúncias envolvendo a prestação de serviço do lixo em Londrina.

Fonte: londrina.odiario.com