CEIs podem ter greve em abril


Professores ameaçam parar se não tiverem o repasse integral do reajuste dado às mantenedoras

Professores dos Centros de Educação Infantil (CEIs) de Londrina ameaçam entrar em greve no próximo mês. Eles exigem o repasse integral do reajuste de 10% dado pela Prefeitura aos CEI’s, e não apenas 8%.

Para atuar na função o profissional tem que ter licenciatura em Pedagogia ou estar cursando. A principal revolta dos profissionais é o valor do salário - R$ 547 por seis ou oito horas trabalhadas, mais auxílio transporte e a alimentação, que no caso é feita na própria escola. Atualmente um estagiário - profissional que está nos últimos anos da graduação, ganha R$ 550 por oito horas trabalhadas. E o ganho de um professor com as horas extras incluídas na folha de pagamento varia entre R$ 650 a R$ 747, dependendo da instituição.

Para a professora e especialista em educação especial Ana Paula de Arruda, que há um ano e seis meses dá aulas no Centro de Educação Integral Reverendo Jonas Dias Martins no Jardim Bancários, região oeste, o repasse tem que se integral. “Acredito que seja nosso direito com profissionais e se a Prefeitura está repassando nada mais justo do que estar passando aos professores”. “O sindicato da categoria deveria lutar mais pelos profissionais.”

A diretora do centro, Valmirane Gonçalves de Pinho, garante que os professores da escola receberão os 10% repassados pelo Município, mas “mesmo com o aumento de 10%”, e o salário dos profissionais subindo para R$ 607, ainda faltarão recursos”. Para ela isso reflete na vida pessoal dos professores. Segundo Valmirane, a CEI possui déficit de R$ 4 mil mensais e precisa da ajuda de igrejas, associações e contribuições voluntárias dos pais para se manter. Com relação à merenda, ela conta que a até agora a escola recebeu apenas “alguns quilos de arroz e farinha, verdura e hortifrutigranjeiro”. O leite que é servido as crianças é doado pelas famílias dos alunos.

Segundo a diretora das duas instituições filantrópicas localizadas na região norte o reajuste ideal para atender as necessidades das creches seria de 20%. “Hoje o meu orçamento é o dobro do que a prefeitura repassa.” “Se a prefeitura repassasse 50% dos R$ 500 que passa por crianças das creches municipais, já ajudaria”, mas não acontece. “Nossas crianças recebem apenas R$ 108 e com o reajuste irá para R$116,64”. A diretora lembra que “perante a lei e o Estatuto da Criança a educação infantil é obrigação do poder público” e questiona:“Qual é a diferença da criança da creche filantrópica para uma criança que estuda na creche municipal?”

Sindicato cobra repasse
O presidente do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares de Londrina e Norte do Paraná, Eduardo Nagao, disse que no ano passado, as mantenedoras receberam 20% de reajuste e repassaram apenas 8%. “Agora, recebem 10% e querem dar 8% novamente. Para nós, não há razão para não repassar o mesmo percentual que os CEIs vão ter no reajuste de cada aluno que será feito pela Prefeitura.” Ele admite a possibilidade greve, caso o repasse aos profissionais não seja integral. O indicativo de paralisação da categoria será votado no próximo sábado em assembleia extraordinária. “Estamos esperando apenas ouvir o que a secretária de educação Karen Sabec tem a nos dizer”, conclui.

Fonte: Jornal de Londrina