Mães fecham rua do PAI e ameaçam invadir prédio


Mães que aguardavam para que os filhos fossem atendidos perderam a paciência e fecharam a esquina das ruas Benjamin Constant e Mato Grosso, em frente à unidade, para protestar contra a demora no atendimento

Mais um dia de sala de espera lotada no Pronto-Atendimento Infantil (PAI) de Londrina gerou tumulto na tarde desta quarta-feira (23). A confusão começou depois que um médico deixou o plantão na unidade. Ele estaria trabalhando há mais de 12 horas.
Revoltadas, mães que aguardavam atendimento perderam a paciência e fecharam a esquina das ruas Benjamin Constant e Mato Grosso, em frente à unidade, por cerca de uma hora, para protestar contra a demora. Guardas Municipais chegaram ao local porque os pais ameaçavam invadir o prédio.

Para se ter uma ideia da demora, por volta das 15h, a senha de número 39 foi chamada para atendimento. A mãe havia chegado ao PAI às 8h30 da manhã, ou seja, esperou quase sete horas para conseguir uma consulta com o médico. A grande revolta dos usuários é porque apenas um médico atende na unidade nesta quarta. A sala de espera estava lotada e grande parte das pessoas chegou ainda de manhã para receber atendimento.

Fabiane Tarelho, que chegou às 11h, pegou a senha de número 96. “Eles não explicam o porquê da demora”, reclamou. De acordo com os funcionários, era necessário pelo menos quatro médicos para atender a demanda, mas apenas um atendia na unidade por volta das 15h.

Lucimara Carvalho Piccoli chegou ao PAI por volta das 8h20 de terça-feira (22), com a filha de 11 meses, que estava com febre. Conseguiu ser atendida à 1h desta madrugada. Saiu da unidade por volta das 3h. Nesta quarta, precisou voltar ao PAI para que a filha fizesse um raio-x.

Chegou ao local por volta das 10h, pegou a senha de número 70 e deve aguardar ainda várias horas para ser atendida. “A média de espera por atendimento é de 13 horas. Precisa falar para o Barbosa vir aqui”, desabafou Marcos Ferreira.

Falta de médico é problema nacional, diz secretária

Em entrevista coletiva à imprensa na tarde desta quarta-feira (23), a secretária de Saúde, Ana Olympia, atribuiu os problemas da saúde municipal em Londrina à “dificuldade na escala médica”. “Temos dificuldade e ela não é só de Londrina. O ministro da Saúde reafirmou a dificuldade de contratar médicos no Brasil”, explicou.

Ela afirmou que “o Pronto-Atendimento Infantil (PAI) não pode ser o único serviço de Londrina”. Ana Olympia lembrou que os hospitais Zona Sul e Zona Norte também têm “dificuldades de escala” e isso sobrecarrega o PAI.

Sobre o protesto realizado no início da tarde desta quarta no PAI, Ana Olympia disse ter recebido a informação de que um médico deixou o plantão porque sofreu agressão física. “Chegou para mim que ele sofreu agressão física”, reforçou.

Fonte: Jornal de Londrina