Creches vão entrar em greve a partir de abril em Londrina


Os professores dos Centros de Educação Infantil (CEIs) filantrópicos de Londrina vão paralisar as atividades em abril. Eles aprovaram o indicativo de greve em uma assembleia ordinária da categoria realizada neste sábado (26).

Eles pedem um reajuste de 10% dos salários, baseado no aumento de também 10% por aluno nos repasses da prefeitura às creches. Na proposição do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares de Londrina e Norte do Paraná (Sinpro), representante dos funcionários, com este índice o salário iria subir de R$ 547 para R$601.

A prefeitura paga R$ 160 por cada aluno dos CEIs. Em 2011, o valor será reajustado em 10% para cada criança. O Sindicato das Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional do Paraná (Secraso), representante das creches, quer dar 8% de aumento salarial.

O diretor do Sinpro, Diego Mendes, afirmou que se as creches tem aumento de verba e não vê o porque do reajuste não poder ser repassado aos funcionários. Ele ainda disse que as reuniões de negociação serão intensas durante essa semana e a greve vai acontecer caso o aumento pedido pelos professores não seja aprovado.

"Agora serão trabalhadas duas frentes. O Secraso quer nosso apoio para o aumento no repasse da prefeitura. Nós podemos apoiar a causa porque é importante para os professores também. Mas o Secraso estará negociando diretamente conosco para o reajuste salarial. Nós não queremos entrar em greve porque é triste para as crianças, para as famílias por ser um serviço importante, mas não tem outra saída", comentou Mendes.

O diretor ainda destaca que se o aumento não for dado, no próximo ano, os salários dos professores provavelmente estarão abaixo do salário mínimo regional do Paraná.

Em Londrina, são mais de 70 creches filantrópicas que reúnem cerca de 300 professores. Além disso, a prefeitura mantém outros 12 CEIs municipais que não participarão da paralisação porque são funcionários públicos.

As entidades

O presidente do Secraso, José Milton de Souza, explicou que as creches reivindicam 12% de aumento por aluno da prefeitura. Ele critica a postura da secretária municipal de Educação, Karin Sabec Viana, de fechar o porcentual em 10% sem as negociações necessárias.

"É uma obrigação do Estado, do governo, o cuidado com a criança e o adolescente. As entidades filantrópicas não podem ficar com toda a responsabilidade. Nós estamos tentando discutir a questão diretamente com o prefeito", afirmou Souza.

O Secraso dará o aumento de 10%, pedido pelos professores, apenas se a prefeitura aumentar o reajute para 12%. "Nós já mostramos o impacto nos números que impede o reajuste salarial dos professores. A prefeitura paga hoje para as crianças das creches municipais quase R$500, mas dá às entidades filantrópicas R$160", criticou o presidente do sindicato.

Reunião

Nesta segunda-feira (28), o prefeito de Londrina, Barbosa Neto, e a secretária municipal de Educação, Karin Sabec Viana, vão receber representantes do Sinpro e Secraso para negociação. O encontro será realizado às 16h30.

Fonte: londrina.odiario.com