Prefeito de Londrina nega intervenção de secretários para oscips


O prefeito de Londrina, Barbosa Neto, negou que a secretária municipal de Saúde, Ana Olympia Dornellas, e o secretário municipal de Gestão Pública, Marco Cito, tenham feito pressões para que fossem contratados os institutos Atlântico e Gálatas. Estes teriam orquestrado um esquema de corrupção, por meio de notas frias, que desviou dinheiro da saúde pública e culminou na prisão de 15 pessoas, nesta terça-feira (10), como o ex-procurador jurídico do município, Fidélis Canguçu, e diversos funcionários das oscips.

O conselheiro municipal da Saúde e médico, José Luiz Camargo, afirmou em entrevista à TV Coroados que os contratos emergenciais, em substituição ao Centro Integrado de Apoio Profissional (Ciap), deveriam ter sido fechados com a Santa Casa e o HUTec, do Hospital Universitário de Londrina. Mas que a secretária Ana Olympia teria dito que a prefeitura não possuía recursos para tal e indicou os institutos Atlântico e Gálatas.

Barbosa Neto afirmou que a denúncia não é verdadeira. "Eu acredito que esse senhor falta com a verdade com o que ele afirma ou que talvez ele desconheça. Eu tenho testemunhas que, à época, o secretário Agajan Bedrossian, juntamente com os dois conselheiros que estão presos, convocaram uma audiência às pressas para que essas duas empresas ganhassem. Inclusive com a presença do controlador do município, Luiz Nicacio, do secretário da Fazenda, Lindomar Santos, do secretário Chefe de Governo, Marco Cito, e do procurador do município, Fidélis Canguçu. Não era a Ana Olympia a secretária à época ", comentou.

O prefeito voltou a falar que a secretária Ana Olympia e o diretor financeiro da secretaria, João Carlos Perez, sofreram ameaças por parte dos conselheiros presos pelo Gaeco – Marcos Ratto e Joel Tadeu Correia. Outra afirmação reforçada por Barbosa Neto foi que os promotores de Defesa do Patrimônio Público, Renato de Lima Castro e Leila Vitorelli, haviam sido informados de que havia pressões e irregularidades na execução dos serviços das oscips.

Os promotores, à época, teriam aconselhado o chefe do executivo a rescindir o contrato. Questionado sobre a morosidade em encerrrar o contrato com os institos, Barbosa Neto afirmou que isso "não pode ser feito do dia para noite", por causa dos cerca de 1.000 funcionários empregados pelo Atlântico e Gálatas. Também disse que a Controladoria do Município emitiu diversas notificações sobre as irregularidades, mas que a Procuradoria Jurídica, comandada por Fidélis Canguçu, preso pelo Gaeco, não cumpriu seu papel.

Barbosa Neto confirmou que irá depor no Ministério Público, caso seja chamado e que está à disposição da investigação.

Denúncia

O secretário municipal de Gestão Pública, Marco Cito, também afirmou que a escolha pelos institutos Atlântico e Gálatas não foi feito por ele e pela secretária municipal de Saúde, Ana Olympia Dornellas. Segundo ele, juridicamente, o município poderia ter contratado qualquer fornecedor para o contrato emergencial, mas deu a possibilidade de uma ampla discussão.

Ele confirmou que as fundações Santa Casa e HUTec apresentavam preços altos, cerca de R$ 180 a R$ 200 mil mais caros do que os outros participantes do edital, e por isso foram cortados. Mas Marco Cito disse que sobraram cerca de 5 outros fornecedores e o Conselho Municipal da Saúde teria se decidido pelo Gálatas e Atlântico por serem do município de Londrina.

A secretária municipal de Saúde, Ana Olympia Dornellas, foi ouvida na manhã desta quinta-feira (12) no Ministério Público, mas não quis comentar os detalhes com a imprensa. Apenas reforçou que não era secretária à época do contrato emergencial.

Fonte: londrina.odiario.com