Ministério da Saúde inicia este mês auditoria em Londrina


Objetivo é apurar eventuais desvios de verbas do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio dos termos de parceria firmados com os institutos Atlântico e Gálatas

Atendendo pedido do Conselho Municipal de Saúde, o Ministério da Saúde deve começar este mês uma auditoria nas contas da Secretaria de Saúde de Londrina. O objetivo é apurar eventuais desvios de verbas do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de termos de parceria com os institutos Atlântico e Gálatas, organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips).

Operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) constatou o desvio de recursos repassados para os serviços de saúde para pagamento de propina a agentes públicos e em benefício dos próprios diretores das entidades. Atlântico e Gálatas mantinham contratos com a prefeitura, assinados em dezembro do ano passado, que, juntos, somavam R$ 13 milhões. Os serviços executados pelo Atlântico eram o gerenciamento do Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), da Policlínica e Sistema de Internação Domiciliar (SID). Já o Gálatas era responsável pelo Programa Saúde da Família (PSF).

''Vamos primeiramente conversar com os promotores que deflagraram a investigação para sabermos o que havia de errado. Em seguida, começamos o trabalho de auditoria'', disse a chefe substituta do serviço de auditoria do Ministério da Saúde no Paraná, Eliana Martins. ''Temos algumas questões burocráticas a serem resolvidas antes de encaminharmos a equipe a Londrina, mas creio que começaremos o serviço em junho.''

O pedido para auditar as contas da saúde em Londrina foi aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde logo após o início da operação do Gaeco, que levou 21 pessoas à prisão, incluindo dois conselheiros, destituídos de seus cargos. O pedido foi encaminhado em 20 de maio à Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, da qual faz parte o Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus).

Ao concluir o inquérito, o delegado do Gaeco, Alan Flore, afirmou que não foi possível apurar o ''valor exato que foi desviado''. ''Era uma informação que buscávamos para dar uma resposta mais completa à sociedade e à Justiça. Acredito que esse valor exato vai depender de uma auditoria nos documentos apreendidos e na contabilidade dessas Oscips'', declarou Flore.

Fonte: Folha de Londrina