Funcionários das Oscips investigadas protestam em frente à Prefeitura de Londrina


Cerca de 50 ex-funcionários dos institutos Gálatas e Atlântico fizeram um "apitasso" nesta tarde para reivindicar uma solução rápida para o atraso no pagamento do salário de maio e da rescição contratual

Cerca de 50 ex-funcionários do Gálatas e Instituto Atlântico, Organizações da Sociedade Civil (Oscips) responsáveis por gerenciar os serviços do Programa Saúde da Família (PSF) e Sistema de Internação Domiciliar (SID), entre outros, por meio de um contrato emergencial de seis meses, protestaram em frente ao prédio da Prefeitura de Londrina na tarde desta segunda-feira (13) contra atraso nos salários.

Segundo a delegada-regional do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde do Paraná, Márcia Kitano, eles ainda não receberam o pagamento referente a maio, nem a rescisão contratual. Os contratos entre as Oscips e a Prefeitura foram encerrados no dia 8. Márcia afirmou que os ex-funcionários fizeram um “apitasso” e entraram na Prefeitura na tentativa de falar com o prefeito Barbosa Neto (PDT), mas foram informados de que ele não estava no gabinete. Quem os atendeu foi o diretor-executivo da Secretaria Municipal de Saúde, Márcio Nishida. A reportagem do JL ligou para o celular de Nishida, mas ele não atendeu à ligação.

O objetivo da manifestação, segundo a delegada regional do sindicato, era conversar com o juiz da 4ª Vara Cível de Londrina, Mário Nini Azzolini, e verificar as opções possíveis para resolver a situação dos funcionários de forma mais rápida. “Marcamos uma reunião com ele na quarta-feira [15], às 14h”, disse. Vão participar do encontro, no Ministério Público (MP), os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), representantes da Procuradoria do Trabalho, das duas Oscips, do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde, e vereadores.

“Queremos uma reposta urgente. As contas não podem esperar”, reclamou Márcia. Ela lembrou que nem todos funcionários foram chamados a voltar ao trabalho pela Prefeitura de Londrina. “Os que fizeram teste seletivo para agente de saúde e não passaram vão entrar com seguro-desemprego”.

Interventor promete explicações

Em nota à imprensa, o interventor judicial Sérgio Henrique Miranda de Sousa, responsável temporário pela gestão dos Institutos Gálatas e Atlântico, afirmou que em breve terá explicações públicas sobre como ficarão os salários e rescisões trabalhistas de quase 900 empregados das duas instituições.

Segundo a nota, embora a intervenção tenha sido decretada em abril, apenas em maio foi possível começar uma análise dos casos. O interventor afirma que a avaliação das instituições sob suspeita foi prejudicada, inicialmente, pelas investigações de corrupção em que Atlântico e Gálatas estão envolvidos.

Apenas a Justiça, alega o interventor, terá poder de decidir sobre a viabilidade dos pagamentos após as verificações contábeis e a identificação das verbas salariais e rescisórias. Sem estipular uma data, o interventor afirmou que agendará uma reunião entre os juízes, promotores, Prefeitura e vereadores da Câmara de Londrina.

Fonte: Jornal de Londrina