André Nadai e mulher são indiciados por crime de falsidade ideológica


Delegado do Gaeco entendeu que a sonegação fiscal na compra de um apartamento pelo casal também esconde outros crimes como ocultação de patrimônio e improbidade administrativa

O presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), André Nadai, e a mulher dele, Cristiane Hasegawa, que é diretora administrativo-financeira da companhia, foram indiciados pelo crime de falsidade ideológica. Eles compareceram à sede do Gaeco na manhã desta segunda-feira (27) acompanhados do advogado Walter Barbosa Bittar.

O casal é investigado no inquérito que investiga a suposta sonegação de tributo municipal na compra de um apartamento. O imóvel foi comprado por R$ 300 mil, mas o montante declarado foi de apenas R$ 170 mil. Em entrevista coletiva à imprensa nesta manhã, o delegado do Gaeco, Alan Flore, disse que mesmo que o imposto sonegado por Nadai e a esposa tenha sido quitado, o objetivo era ocultar outras irregularidades.

“O nosso entendimento é que esse crime de falsidade não se exauriu do crime fiscal. Ou seja, tinha ele não só o objetivo de cometer o crime fiscal, como também o objetivo de alterar um outro fato que é juridicamente relevante, como por exemplo a ocultação de patrimônio, a ocultação de um eventual ato de improbidade administrativa ou até mesmo um crime de lavagem de dinheiro”, disse Alan Flore.

O delegado disse que o caso será encaminhado à Receita Federal e Promotoria de Defesa do Patrimônio Público para que essas suspeitas apuradas. Cristiane Hasegawa foi indiciada na condição de partícipe por ter induzido ou instigado Nadai a praticar esse crime. O advogado do casal, Walter Bittar, voltou a dizer que, após o pagamento dos impostos, não há crime a ser apurado. Ele entrou com um pedido de habeas corpus na 3ª Vara Criminal de Londrina para trancar o inquérito.

O Ministério Público se manifestou contra o pedido e tem até esta segunda-feira (27) para enviar informações sobre o inquérito à juíza Oneide Negrão, da 3ª Vara Criminal de Londrina.

Com relação aos R$ 29 mil encontrados na casa de Nadai durante cumprimento de um mandado de busca e apreensão no apartamento dele na Operação Antissepsia.Alan Flore disse que a origem do dinheiro ainda não foi comprovada.

O delegado contou que no dia da apreensão, Nadai teria dito que os R$ 29 mil eram fruto de um empréstimo do ex-secretário municipal de Fazenda, Lindomar dos Santos. “Na ocasião da oitiva formal de André Nadai, ele retificou essa declaração, porque Lindomar já tinha sido ouvido e negado o empréstimo. Esse é outro fato que está sendo registrado nos autos e nos traz dúvidas quanto à procedência lícita desses valores”, explicou.

Fonte: Jornal de Londrina