MP de Londrina retoma investigação após receber relatório da CEI da Guarda Municipal


O Ministério Público (MP) de Londrina deu continuidade às investigações sobre possíveis irregularidades no treinamento da Guarda Muncipal após receber um dos relatórios da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara, que foi criada para investigar possíveis irregularidades no treinamento dos agentes.

Segundo o promotor de Defesa do Patrimônio Público, Renato de Lima Castro, o capitão da Polícia Militar (PM) Marcos Ginotti Pires foi ouvido nesta semana. Em depoimento, o capitão teria dito que as aulas de formação dos guardas foram ministradas pelos policiais. "Há provas que evidenciam que o treinamento foi efetuado integralmente pela PM", disse.

O promotor disse que não poderia informar detalhes de investigação, mas confirmou que novas pessoas serão inqueridas. Castro comentou que caso sejam comprovadas tais irregularidades, o MP pode entrar com uma ação contra o prefeito Barbosa Neto (PDT) por ato de improbidade administrativa.

O relatório desenvolvido pela vereadora Lenir de Assis (PT), que foi relatora na CEI da Guarda, aponta que as aulas ocorreram do dia 7 de abril a 30 de junho do ano passado. No entanto, o contrato com a empresa Delmonds & Dias, que faria o treinamento dos agentes, só foi assinado no dia 26 de maio, 49 dias após as aulas terem começado.

"Quando formalizaram o contrato, o curso já estava na metade. O que acontece é que simplesmente fizeram o repasse financeiro para a Delmondes, mas a empresa não teve trabalho nenhum. Aliás, nem fizeram a certificação dos guardas", comentou a vereadora.

De acordo com Lenir, as investigações da CEI identificaram outras situações irregulares, como o fato da aula inaugural do curso ter ocorrido somente no dia 12 de abril, cinco dias após o início real do treinamento.

Além disso, de todas as pessoas ouvidas pelos membros da Comissão, apenas ex-secretário de Defesa Social, Benjamin Zanlorenzi, o técnico de gestão da prefeitura, Wagner Fernandes Leme Trindade e o ex-secretário de Gestão Pública e atual de Governo, Marco Cito declararam que tinham conhecimento da empresa Delmonds. Segundo Lenir, Marco Cito teria informado que não teve contato algum com representantes da empresa e mesmo assim teria realizado a contratação.

As investigações na CEI da Guarda geraram uma tensão entre os membros da investigação. Os vereador Jairo Tamura (PSB) e e Tito Valle (PMDB) não concordaram com o parecer de Lenir e elaboraram um novo documento, que isentava Barbosa de responsabilização pelas irregularidades. O novo relatório foi refutado pelos demais vereadores.

O fato culminou em um pedido de abertura de uma Comissão Processante (CP) contra o prefeito, baseado em uma denúncia feita por Joel Garcia (PTN) contra Barbosa Neto e o vice-prefeito José Joaquim Ribeiroo em 2010.

A Câmara Municipaliria votar a possibilidade da CP nesta terça-feira (12), mas depois de várias manobras jurídicas do autor da denúncia, Joel Garcia, e da defesa do prefeito, o caso não levado à votação. Os vereadores devem decidir pela abertura da CP apenas em agosto, após o recesso parlamentar.

Fonte: londrina.odiario.com