Protesto em Londrina cobra melhorias na saúde e pede punição a corruptos


Cerca de 200 pessoas se reuniram, na manhã deste sábado (16), no Calçadão de Londrina para protestar contra as denúncias de corrupção no município e contra os problemas do setor da saúde. A manifestação "Basta! Londrina sangra" foi organizada por várias entidades ligadas ao Centro de Direitos Humanos (CDH) e contou com o apoio da Igreja Católica da Arquidiocese de Londrina.

O pároco da igreja São José Operário, Jaime Alonso, localizada no Jardim Leonor, foi um dos organizadores do protesto e levou vários fiéis para o Calçadão. Ele afirmou que é preciso mostrar ao povo o que está acontecendo e conscientizá-lo de que os os políticos não foram eleitos para explorar a população, mas para representá-la.

"O objetivo desta mobilização é que o povo tome consciência dos seus direitos, que têm de ser respeitados. Em segundo lugar que o povo manifeste sua indignação diante de toda essa lama de corrupção que vive Londrina. Nós não podemos permitir que isso aconteça porque o dinheiro que deveria ser investido no lugares onde se precisa de verdade, especialmente saúde e educação, parece que o dinheiro está indo pelo ralo e indo para o cofre de alguém", informou.

A coordenadora do Conselho Local de Saúde do Jardim Leonor, Juvina Cordeiro, discursou no protesto, incentivando os manifestantes. Ela explicou que o movimento reivindica a contratação via concurso público, é contra qualquer tipo de terceirização ou privatização, quer a volta da Autarquia Municipal da Saúde auxiliada por um Conselho Municipal da Saúde deliberativo e apoia todas as investigações do Gaeco e da Câmara dos Vereadores.

Juvina foi uma das pessoas que iniciou o movimento "Basta!Londrina sangra" com um pequeno grupo e se mostrou muito contente com o crescimento do grupo que atualmente conta com o apoio de 32 entidades. Ela é uma das vítimas dos problemas da saúde de Londrina e espera há cinco anos por uma cirurgia eletiva e deve esperar ainda mais, pois o tempo médio é de oito anos.

Adão Rosa segurava uma das faixas, exigindo melhor saúde. Ele mora perto do posto de saúde 24 horas do Jardim Leonor e disse ver todos os dias a superlotação e a demora no atendimento. "Faz muito tempo que a nossa saúde vem capengando. A gente está cansado de ver filas nas postos, nos hospitais, falta vaga na UTI, falta até maca. A gente está cansado de ver a população sofrer, mãe com o filho no braço, sem medicamento nos postos. Nós estamos lutando também por uma administração honesta", disse.

Em maio, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a Operação Antissepsia, que investigou duas oscips – Gálatas e Atlântico – que prestavam serviços à saúde, mas supostamente desviaram o dinheiro repassado pelo município. O caso indiciou agentes públicos, como o ex-procurador jurídico do município, Fidélis Canguçu, conselheiros da saúde, empresários e representantes das oscips.

O caso gerou a indignação na população, pois Londrina passa por um período crítico da saúde com falta de médico e superlotação nos postos e hospitais.

Fonte: londrina.odiario.com