Prefeito se isenta de culpa e defende Marco Cito sobre a Guarda Municipal de Londrina


O prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT), declarou-se inocente sobre as irregularidades encontradas durante o curso de formação da Guarda Municipal e defendeu o secretário municipal de Governo, Marco Cito, que à época estava à frente da pasta da Gestão Pública.

Na quarta-feira (3), a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público entrou com uma ação por improbidade administrativa contra o prefeito, Marco Cito, o servidor da Gestão Pública, Wagner Trindade, e o proprietário da empresa Delmondes & Dias, contratada para ministrar as aulas do curso. A ação aponta que a licitação foi fraudulenta e que a empresa teria assinado o vínculo com o município mais de 50 dias depois do início do treinamento.

Barbosa Neto esteve presente durante a aula inaugural do curso, mas mesmo assim assinou a contratação da empresa Delmondes & Dias. Ele afirmou que não consegue se lembrar de todos os detalhes da administração e disse que essas informações devem ser perguntadas aos secretários.

"Há um preciosismo por parte do Ministério Público, no sentido de nos responsabilizar. O MP denuncia mas é a justiça é quem tem que condenar ou inocentar. A participação do prefeito não existe. Imagina só se o chefe da família que vai para casa almoçar tiver que perguntar para esposa ou pra doméstica como foi feito o arroz, como foi feito o feijão, se teve alho, se não teve alho. Eu sou o prefeito, eu participo de todos os eventos, tenho a obrigação de estar presente e assino centenas de documentos todos os dias que passam pelas secretarias todas, antes de nós tomarmos a nossa responsabilidade. É claro somos reponsáveis por tudo o que acontece, mas nós temos os departamentos e suas secretarias que têm a obrigação de cuidar de todos os aspectos formais e juridicos", defendeu.

Apesar de imputar responsabilidades às secretarias, o prefeito não atribuiu culpa ao secretário Marco Cito, que estava à frente da Gestão Pública, responsável pelos contratos do município. "A Gestão Pública é que identificou um desses erros e tudo foi levado pra própria Corregedoria. Eu não vejo nenhuma participação do secretário Marco Cito, as investigações que estão em curso, nenhuma delas responsabiliza o secretário Marco Cito, que tem feito um trabalho muito importante, tanto à frente da Secretaria de Gestão Pública quanto da Secretaria de Governo", comentou.

Apesar das investigações do município não apontarem a responsabilidade de Marco Cito, os dois relatórios resultantes da Comissão Especial de Inquérito da Câmara e do Ministério Público citam o secretário, juntamente com o ex-secretário de Defesa Social, Benjamin Zanlorenci, esse exonerado pelo prefeito.

O prefeito disse que puniu os culpados pelas irregularidades e que fez tudo o que estava ao seu alcance. "Nós já tínhamos encaminhado ao MP a conclusão do trabalho feito pela Controladoria do município em 27 de novembro do ano passado. Há um relatório da CEI, aliás há dois relatórios. Nós multamos a empresa, nós fizemos toda nossa parte, nós mandamos também ao Tribunal de Contas do Estado nesse dia 27 de novembro. O fato de eu ter participado de aula inaugural não dá responsabilidade ao prefeito em nenhum momento. O fato de eu ter, por exemplo, exonerado os titulares à época, de ter tirado os PMs, que não tem nada que desabone a conduta deles, mas que estavam com cargos comissionados não teve nenhuma conotação de ligação ou participaão do prefeito", informou.

Barbosa Neto defendeu que a empresa foi multada, mas não soube dizer se o valor foi pago e disse que essa é uma pergunta destinada aos secretários.

O prefeito ainda pode ser alvo de uma comissão processante da Câmara por causa das irregularidades da Guarda Municipal. A votação deve acontecer até o final de agosto.

Fonte: londina.odiario.com