Em assembleia, trabalhadores do setor de transporte coletivo em Londrina decidiram realizar protestos contra a retirada dos cobradores das linhas de ônibus
Trabalhadores do setor de transporte coletivo em Londrina prometem realizar protestos e paralisação contra a retirada dos cobradores das linhas de ônibus na cidade. Foi o que decidiram durante uma assembleia realizada na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina (Sinttrol), na manhã desta quarta-feira (10). O presidente do Sinttrol, João Batista da Silva, disse que vai entrar com uma liminar na Justiça para que as empresas Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) e Londrisul “se abstenham” de retirar os profissionais das linhas de ônibus. A concessão desse direito à s empresas responsáveis pelo transporte coletivo em Londrina foi dada pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e desagradou não só a categoria, como os passageiros. Ainda não foi definida uma data para a paralisação, que será de apenas um dia e terá passeata até a sede da Prefeitura de Londrina. “Vamos pedir ao prefeito que reveja essa posição”, afirmou Silva. Outra assembleia seria realizada à s 15h desta quarta. O sindicato disse que vai convocar uma reunião com oMinistério Público. Caso o protesto e a liminar não resultem numa mudança de decisão pelas empresas e MunicÃpio, o presidente do Sinttrol afirmou que a alternativa será negociar a forma de implantação da mudança. A posição do sindicato é para que a retirada dos profissionais pelas empresas seja feita de forma gradual garantindo a estabilidade de emprego aos cobradores e oferecendo um plano de demissão voluntária aos motoristas que não quiserem dirigir e cobrar a passagem. 500 cobradores serão prejudicados Silva reiterou que a ideia de abolir os cobradores das linhas de ônibus em Londrina é antiga e vem desde a administração anterior. Se a medida for colocada em prática, cerca de 500 cobradores serão prejudicados, a maioria deles contratados pela TCGL. A intenção das empresas de realocar esses profissionais para outras funções, segundo João da Silva, “é conversa para boi dormir”. Segundo ele, não há como evitar o desemprego. “Se estão com o quadro de motoristas completo e precisa promover o cobrador, tem que mandar o motorista embora”. A tarifa também não será reduzida, na opinião do sindicato. “Nas cidades onde retiraram o cobrador, como Maringá eSorocaba, a passagem ficou mais cara”, apontou. Termo prevê exclusão de profissionais em todas as linhas No termo aditivo assinado pelo prefeito Barbosa Neto (PDT) e pelo presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), André Nadai, fica permitido que a TCGL e a Londrisul retirem os cobradores “em todas as linhas e horários de escala, durante todos os dias da semana, inclusive feriados”. Porém, a segunda cláusula do termo diz que caberá à CMTU a realização de um estudo prévio de viabilidade nas linhas e horários, e a definição das linhas e horários em que se efetivará a retirada dos cobradores. Para o cobrador Radir Sajorato, de 58 anos, o trabalho que desempenha há 28 anos é “importantÃssimo”. Na opinião dele, que não pretende mudar de função, o risco de acidente é muito menor se o motorista estiver concentrado em uma única tarefa, que é dirigir o ônibus. O motorista Benedito Rodrigues tem cinco anos de empresa e já dirige micro-ônibus sem cobrador. “É ruim. Às vezes o passageiro dá nota alta, acaba atrasando. É complicado”, contou. Pa Os usuários do transporte coletivo não gostaram da notÃcia da retirada dos cobradores das linhas. Em entrevista ao JL na terça (9), a estudante Fernanda Stamato Fonte: Jornal de Londrina