Ex-chefe de gabinete influenciou compra de livros de editora da Bahia, diz vereador


Baiano Fábio Góis, também investigado em escândalo da saúde, apresentou Editora Ética para Prefeitura

O ex-chefe de gabinete Fábio Góes, que se demitiu da Prefeitura de Londrina logo após ser investigado por meio da Operação Antissepsia, teria sido o responsável por apresentar a Editora Ética, da Bahia, para a Secretaria Municipal de Educação. A Prefeitura comprou R$ 621 mil em livros da editora Ética, que posteriormente foram classificados como inadequados por acadêmicos e movimentos ligados à questão etno-racial. A coleção estaria cheia de incorreções que estimulariam o preconceito. Além de apresentar erros de português, históricos e conceituais.

A informação de que o ex-chefe de gabinete teria atuado como contato da Prefeitura com a Editora Ética foi revelada pelo vereador Rony Alves dos Santos (PTB), membro comissão de Educação da Câmara, discurso na Câmara na tarde desta quinta-feira.

O lote foi comprado com inexigibilidade de licitação, de forma direta, sem concorrência. Até hoje, a Secretaria de Educação não apresentou uma avaliação pedagógica para atestar a necessidade de adquirir a coleção de livros.

O vereador apontou que Fátima Beraldo, gestora de políticas de promoção da igualdade racial da Prefeitura, detalhou a intermediação de Góes em depoimento à Promotoria. “Fátima disse aos promotores que quem encaminhou a Editora Ética (para a Prefeitura) foi o ex-chefe de gabinete Fábio Góes”, disse o vereador.

Em agosto, para evitar mais desgastes, a secretária de Educação, Karin Sabec, anunciou que pediria de volta o dinheiro dos livros pago à Editora Ética. Entretanto, quase dois meses após a decisão, o vereador Rony Alves disse desconhecer qualquer procedimento de devolução do dinheiro. “O tempo está passando”. Rony disse não descartar pedir uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) caso o assunto não seja totalmente esclarecido.

“Senti que a professora Karin Sabec estava literalmente perdida nesta questão. Parece que alguma coisa foi empurrada de forma obrigatória e ela engoliu goela abaixo”, disse o vereador, sobre a influência de Góes no caso.

A secretária de Educação Karin Sabec desligou o celular. Por meio do Núcleo de Comunicação, informou que não falaria sobre o caso. Quanto a Fábio Góes, o ex-chefe de gabinete não é visto em Londrina desde junho, quando se demitiu do cargo e voltou para a Bahia, segundo a assessoria da Prefeitura. O único celular dele foi desativado.

Fonte Jornal de Londrina