Roberto Fu (PDT) anunciou, nesta quarta-feira (16), que deixa de ser o líder do prefeito na Câmara Municipal de Londrina. A saída do cargo se deve ao impasse entre o vereador e o prefeito Barbosa Neto (PDT) sobre a Lei da Muralha.

Sancionada pelo ex-prefeito Nedson Micheleti (PT), a lei 9.869/2005 proíbe a instalação de mercados com área de venda superior a 1.500m² em um quadrilátero que vai da PR-445, na zona sul, à Avenida Henrique Mansano, na zona norte.

Na quarta-feira (16), o executivo enviou um projeto à Câmara que pede a redução de 20% do perímetro compreendido pela lei. O fato foi o estopim para que Roberto Fu deixasse de ser o líder do prefeito na Câmara. O vereador é o autor do projeto 161/2011 que pede a revogação total da Lei da Muralha, que deve entrar em pauta na próxima semana para votação em plenário.

"Nós pedimos a retirada em definitivo do projeto do prefeito. Nós vamos retornar o meu projeto, que havia ganhado um paracer negativo, um voto político de uma das comissões. Mas agora ele vai retornar e será votado para que o prefeito fique livre para enviar qualquer outro projeto", contou.

Fu ainda não conversou com Barbosa Neto após a manobra, mas deve apresentar sua carta de demissão na tarde desta quinta-feira (17). "Logo após a retirada do projeto, eu já anunciei que faria minha carta. O prefeito não se encontra em Londrina, há tempos não conversamos. Eu vejo a necessidade de retirar o projeto do prefeito porque ele confronta com o meu, que sou líder do executivo na Câmara", comentou.

O vereador afirma que a decisão o deixa em uma posição delicada e fere a relação entre ele e Barbosa Neto. "É uma decisão final, eu não fico na liderança, não tem volta. Eu já dei minha contribuição, bem ou mal, eu tentei fazer minha parte e defender os bons projetos do executivo. Hoje já tem vários vereadores defendendo o prefeito mais do que eu, que ele nomeie um novo líder", afirmou.

Lei da Muralha

O projeto do vereador Roberto Fu, que tenta derrubar integralmente a Lei da Muralha, recebeu o parecer de inconstitucionalidade da Comissao de Justiça. Para derrubar o veto, são precisos 13 votos.

Fu tentava  através da justiça embargar o parecer da comissão, mas diante do envio do projeto que pede a redução da área em 20%, vai acelerar a votação na Câmara.

Já a proposta enviada pelo prefeito foi fruto de uma negociação com representantes da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), entidades representativas dos supermercados, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul), o Sindicato da Construção Civil (Sinduscon).

Fonte: londrina.odiario.com