A Câmara Municipal de Londrina (CML) aprovou na sessão desta quinta-feira (15) o relatório final da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apurou irregularidades nos contratos da prefeitura com as empresas Centronic e Proguarda.

Foram registradas votos favoráveis dos vereadores: Eloir Valença (PHS), Gerson Araújo (PSDB), Ivo de Bassi (PTB), Jacks Dias (PT), Joel Garcia (PP), Lenir de Assis (PT), Marcelo Belinati (PP), Márcio Almeida (PSDB), Rony Alves (PTB), Roberto Kanashiro (PSDB), Sandra Graça (PP) e Tito Valle (PMDB).

Se abstiveram os vereadores Jairo Tamura (PSB), Renato Lemes (PP), Roberto da Farmácia (PTC), Roberto Fú (PDT), Rodrigo Gouvea (PTC) e Sebastião dos Metalúrgicos (PDT). O único voto contrário foi de José Roque Neto (PR).

A discussão foi iniciada por volta das 16h. O relatório da Cei da Centronic apontou que vigias da Centronic trabalhavam na rádio Brasil Sul, da família do prefeito Barbosa Neto, no entanto, eram pagos pela própria Prefeitura de Londrina.

Das conclusões apresentadas, foi constatado que a empresa de segurança contratava vigias em lugar de vigilantes, com uma diferença de salários que chegava a 73%. Havia também a inserção no preço mensal dos serviços de valores relativos à instalação dos equipamentos, mas que deveriam ser cobrados apenas uma vez.

O relator da CEI ainda colocou, durante a sessão, que a Centronic utilizava um mesmo vigia para atendimento a dois postos próximos, muitas vezes em casos do município e de particulares ao mesmo tempo. A investigação também apurou indícios de que houve a instalação de menos equipamentos de alarme com sistema GPRS que o efetivamente contratado.

A CEI Centronic também entendeu como necessário o encaminhamento do nome do atual vereador Jacks Dias (PT) para a Comissão de Ética da Casa. Rony Alves apresentou documentos nesta quinta-feira que apontaram o possível pagamento de propina a agentes públicos. Os papéis foram apreendidos na casa de um dos gerentes da Centronic por agentes do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

O nome do vereador Jacks Dias (PT) aparece ao lado da quantia de R$ 52 mil. Ele ocupava o cargo de secretário municipal de Gestão Pública de Londrina quando o contrato com a Centronic foi assinado e atualmente, Dias é investigado na 3ª Vara Criminal no caso.

Segundo o relator da CEI, não foi possível analisar de forma cabal a participação do petista na situação, uma vez que ele não compareceu ao depoimento agendado pela comissão.

Rony Alves também apontou outros dois nomes, ex-diretor de Licitações do município, Pedro Afonso Figueiredo e Ronaldo, que teriam recebido propinas no valor de R$ 2.500 e R$ 30 mil, respectivamente.

O vereador Joel Garcia (PP) pediu a retirada do nome de Jacks Dias dos encaminhamentos do relatório da CEI. Garcia utilizou as palavras do relator Rony Alves e declarou que não gaveria como provar cabalmente a ligação de Dias no caso. Ele ainda disse que na época da apreensão na casa do petista não foi encontrado nada que pudesse comprometer o vereador.

Em entrevista ao portal odiario.com, Jacks Dias comentou que houve um equívoco dos membros da CEI ao colocarem seu nome na investigação. "Uma denúncia só pode ser encaminhada à Comissão de Ética quando há quebra no decoro parlamentar. Mas eu não feri o Código de Ética, nem a Lei Orgânica e nem o regimento interno da Câmara", disse.

De acordo com ele, o próprio relatório da CEI da Centronic não apresenta provas de que ele tenha recebido propina. "Entre os vários tópicos não há nada que me culpe. Eles me inocentam no relatório", afirmou.

O plenário decidiu após votação não encaminhar o nome do petista à Comissão de Ética.

Fonte: londrina.odiario.com