Trabalho prejudica saúde mental de 1 em cada 5 nos países ricos


Um em cada cinco trabalhadores sofrem de uma doença mental como depressão ou ansiedade. É o que aponta um relatório divulgado pela Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE) nessa segunda-feira. De acordo com o documento, três em cada quatro trabalhadores com sintomas de transtorno mental têm a produtividade no trabalho reduzida, em comparação com um em cada quatro trabalhadores sem transtorno mental.

Faltas no trabalho também são muito mais frequentes para os trabalhadores com doença mental, e cerca de 30% a 50% dos pedidos de benefícios são atribuídos a esse tipo de problema. O relatório revela também que pessoas com transtorno mental têm duas a três vezes mais probabilidade de ficarem desempregadas. 

Para a OCDE, a crescente insegurança e a pressão nos locais de trabalho pode levar a um aumento dos problemas de saúde mental nos próximos anos. O cenário econômico em crise tende a deixar as pessoas ainda mais preocupadas com sua estabilidade no emprego. A porcentagem de trabalhadores expostos ao estresse do trabalho aumentou em todos os países da OCDE nos últimos 10 anos.

Cada vez mais cedo
Segundo o relatório, os trabalhadores têm reivindicado benefícios por invalidez cada vez mais jovens, na maioria dos países. Para ajudar os "sofredores", uma nova abordagem é necessária, especialmente no local de trabalho, diz a OCDE. Isso inclui boas condições de trabalho para reduzir e gerir melhor o estresse, acompanhamento sistemático dos pedidos de licença médica, reduzir conflitos no local de trabalho e evitar desligamentos desnecessários causados por problemas de saúde mental.

Outra esfera de atuação para combater os números apresentados é investir em políticas de saúde voltadas ao tratamento de transtornos comuns, que podem ser revertidos. Os sistemas de saúde são muito mais voltados para o tratamento de pessoas com distúrbios graves, como esquizofrenia, que representam apenas um quarto dos doentes. Hoje, quase 50% daqueles com um transtorno mental grave e mais de 70% das pessoas com um distúrbio moderado não recebem qualquer tratamento para a doença.
 
Fonte: Bem–Estar/Zero Hora