Prefeito de Londrina, Barbosa Neto, faz análise de sua administração em 2011


Apesar do ano tumultuado, o prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT) acredita que 2011 foi um período de realizações para o seu governo. Mesmo sendo muito criticado, conseguiu emplacar projetos importantes como a Lei Cidade Limpa, a padronização dos táxis e a revitalização do Calçadão do Centro da cidade.

Em uma relação turbulenta com a Câmara, o prefeito foi alvo de Comissões Especiais de Inquérito (CEIs) como da Guarda Municipal, Centronic e Saúde e ainda enfrentou votações de Comissões Processantes. Livrando-se das acusações até agora, Barbosa Neto acredita que o último ano de mandato será de colheita.

Sem se assumir ainda como candidato à reeleição, espera ter o aval da família para disputar o pleito municipal. Em entrevista dada à reportagem de odiario.com na quinta-feira (29), o prefeito fez a avaliação da administração municipal e contou o que espera para 2012.

Com o senhor avalia o ano de 2011? O que destacaria?

Barbosa Neto: Acho que são atos até históricos que foram feitos esse ano, como a criação de um consórcio como o Arco Norte. Um investimento de R$ 5 bilhões saiu do papel. O parecer favorável e a prorrogação do prazo para que Londrina contraia seu primeiro financiamento internacional no valor de U$ 43 milhões. O parecer favorável que nós obtivemos para a construção do Teatro Municipal, a criação da Farmácia Popular. Londrina voltou a ser protagonista na questão de atendimento de urgência com o Samu comandando 21 municípios.

A Lei Cidade Limpa, por exemplo, foi muito criticada, mas hoje traz bons resultados.

Barbosa Neto: Até são coisas que a gente não vê, mas as pessoas que vêm de fora identificam isso. A Lei Cidade Limoa, a padronização dos táxis, as cabines inglesas, o novo Calçadão. O volume de ações é tão grande que a gente nem consegue lembrar de tudo o que acontece. Em dois anos e oito meses de governo, nós temos 150 obras públicas sendo realizadas, meio bilhão em investimentos, acho que foi um ano marcante.

Em maio foi deflagrada a Operação Antissepsia. O nome do senhor e de sua esposa foram envolvidos e ainda respondem por uma ação enviada ao Tribunal Regional Federal. O que o senhor espera no desenrolar desses fatos?

Barbosa Neto: Essa operação foi condenada pelo Ministério Público Estadual, que desautorizou a ação. Até agora agora não há fato novo sobre isso. Uma denúncia de duas pessoas, históricas em Londrina, filiadas a partidos políticos, sindicatos, contrárias a nossa administração. Acho que foi uma grande vitória para nós a fiscalização e acabar com essa farra da terceirização.

Houve excessos cometidos pelo Ministério Público que prendeu pessoas que nem sequer foram citadas na ação. Você prende uma pessoa apenaspara tomar o depoimento, você pega o depoimento do primeiro dia que não cita Barbosa e Ana Laura. Dias depois, a pessoa volta com um novo depoimento. Diante da operação feita pelo Gaeco, passado o tempo, eu até me pergunto se o Fidélis Canguçu seria realmente culpado.

O senhor acha que houve dois pesos e duas medidas na avaliação dos secretários? O ex-secretário de Defesa Social, Benjamin Zanlorenci, e o ex-procurador jurídico, Fidélis Canguçu foram rapidamente exonerados. Hoje temos várias denúncias contra o presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização, André Nadai, e a secretária municipal de Educação, Karin Sabec Viana, e eles são defendidos pelo senhor.

Barbosa Neto: Você diz denúncias. O secretário Fidélis foi pego com dinheiro, uma comprovação. O André Nadai foi pego com dinheiro no apartamento, com recurso de origem comprovada. Quando o Gaeco fez a operação na CMTU não encontrou nada e agora tenta sair disso com uma denúncia de sonegação fiscal. Em relação a Karin, eu não acompanho os processos, mas até agora não há nada que comprove. Ninguém pode ser condenado por uma manchete de jornal.

Como o senhor vê sua relação com a Câmara, no ano em que foram montadas três Comissões Especiais de Inquérito (CEI), que acabaram na votação de duas Comissões Processantes (CPs) e uma terceira programada para 2012?

Barbosa Neto: O vereador quer cassar o prefeito porque eu fui a uma festa do município, em que uma entidade colocou um slide, que não gastou nada, agradecendo a presença das pessoas que estavam visitando a cidade. Querem cassar o prefeito por isso? A questão da Centronic, por exemplo, isso é o maior escândalo que teve aqui dentro da administação com pagamento de propina. Isso está no Ministério Público, o vereador, que antes era secretário, tinha os valores de recebimento de propina. Fomos nós que cortamos a Centronic, assim como fizemos com o Ciap.

O que há é uma política, um jogo de forças porque eu não sou da família Belinati, do PT, do PSDB, partidos que já estiveram nessa cadeira ou querem ocupá-la. Talvez eles tenham receio de que se nós disputássemos a eleição, uma comparação entre os nossos 2 anos e oito meses com os 12, 14, 8, 4 anos deles fosse muito favável a nós.

O senhor sempre comenta de forças políticas que tentam atingi-lo. Também já disse que consultaria sua família sobre uma possível reeleição. Isso já foi decidido? O senhor deve sair como candidato?

Barbosa Neto: Eu acho que é um direito legítimo e constitucional que quem está no cargo executivo possa disputar a eleição. E mais, dizem que é um ato de coragem colocar o governo à prova. Eu vou lamanter muito ter que sair da prefeitura sem disputar a reeleição, caso essa seja a decisão da nossa família. Eu não conversei sobre isso, meu filho ainda passa por um tratamento, nós não tivemos tempo para discutir. Por enquanto, eu estou perdendo de goleada, minha esposa, meus filhos, minhas irmãs, minha mãe não querem

Toda quinta-feira, o senhor chama a imprensa para o anúncio de várias obras. Algumas nós observamos que estão paradas. Já outras, como a reabertura da Rua Piauí, foram lançadas sem terem todo o recurso em caixa. No caso do bosque, a presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul), Regina Nabhan, disse que faltavam recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para realização das obras.

Barbosa Neto: Se a Regina falou, ela não tem conhecimento a respeito. A abertura de uma rua não depende do BID, o complexo inteiro do bosque depende. Nós temos um problema na Praça da Juventude da zona norte porque a empresa quebrou. Nós não temos acesso a gerência da empresa particular. É normal ter uma, duas, 15 obras paradas com tantas em andamento.

Uma das maiores reivindicações da população é a pavimentação e manuteção asfáltica. O ex-secretário municipal de Obras e Pavimentação, Aguinaldo Rosa, já disse que faltam material humano e verbas para que a Usina de Asfalto funcione com sua capacidade máxima. Isso é uma prioridade da administação para o próximo ano?

Barbosa Neto: Sim, até temos um projeto na Câmara, solicitando a venda de terrenos porque queremos fazer asfalto. Os números mostram que nós fizemos quatro vezes mais asfalto do que a última administração fez em oito anos. Nós estamos fazendo com recursos próprios, nós diminuímos o preço da tonelada e ainda produzimos asfalto de qualidade, que duram 20, 30 anos. Eu espero que, com a venda dos terrenos e com recursos próprios, nós possamos cumprir nossa obrigação.

O que o senhor espera para o último ano de mandato?

Barbosa Neto: Será um ano de colheita. Embora tenha praticamente seis meses, porque há uma eleição, nós vamos trabalhar até 31 de dezembro para cumprir todos os pontos do nosso plano de governo.

Fonte: londrina.odiario.com