Grupo avaliará risco de maquinário industrial para a saúde do trabalhador


Foi instalado nesta segunda-feira (12), em Curitiba, o Grupo Técnico de Trabalho que vai avaliar as condições do maquinário industrial paranaense. O objetivo é identificar fontes de risco para a saúde nos locais de trabalho e estabelecer estratégias para garantir a segurança e a integridade física do trabalhador.

Segundo o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, o Estado mantém um sistema de monitoramento que permite analisar os principais tipos de acidentes de trabalho registrados no Paraná. “A partir de 2011, passamos a aprimorar o sistema de notificação obrigatória de doenças e agravos relacionados ao trabalho. O próximo passo agora é utilizar esses dados para enfrentar o problema e eliminar, ou ao menos reduzir, o número de casos”, explicou.

De acordo com os dados apresentados na reunião desta segunda-feira pelo Centro Estadual de Saúde do Trabalhador (Cest), os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais são uma das principais causas para a aposentadoria precoce no Brasil. Além disso, nos últimos anos o País registrou um óbito relacionado ao trabalho a cada 3 horas e meia. No Paraná esse número chega a uma morte por dia.

O número de amputações e esmagamentos em decorrência do trabalho também é alarmante. “Só de amputações foram registrados 911 casos em 2010 e a maior causa foi o manuseio de máquinas inadequadas ou fora das normas de segurança e proteção do trabalhador”, destacou o diretor do Cest, José Lúcio dos Santos. A construção civil ainda lidera o ranking de ramos de atividade com o maior número de casos acidentes, seguida da indústria de transformação e do trabalho rural.

O GRUPO – O grupo é coordenado pela Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Economia Solidária, e tem prazo de 120 dias para apresentar um estudo indicando diretrizes para a adequação ou substituição de máquinas do parque industrial do Paraná.

Também fazem parte do grupo as secretarias da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, da Agricultura e do Abastecimento, Ministério do Trabalho e Emprego, Fundacentro, Ministério Público do Trabalho, Federações das Indústrias, da Agricultura do Paraná, Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Paraná, Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos e entidades representativas dos trabalhadores.

“Muitas de nossas indústrias ainda utilizam equipamentos quase medievais, sem um mínimo de estrutura adequada para oferecer segurança a seus operadores. Temos de fomentar a modernização das indústrias e isso envolve melhorias logísticas e de tecnologia”, afirmou o secretário do Trabalho, Emprego e Economia Solidária, Luiz Cláudio Romanelli.

PREVENÇÃO – A prevenção de acidentes está diretamente ligada à conscientização de trabalhadores e empregadores. O superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, diz que a responsabilidade do desenvolvimento de ações de orientação e fiscalização das indústrias é dos municípios, mas o Governo do Estado reforça este trabalho por meio dos Centros Regionais de Saúde do Trabalhador (Cerest).

“Caso o trabalhador esteja sendo exposto a algum tipo de risco, ele deve denunciar e buscar os seus direitos junto às instituições de proteção ao trabalhador”, diz Sezifredo. Outro caminho é procurar o Cerest ou os Núcleos de Saúde do Trabalhador, que estão distribuídos em 22 regiões do Estado. Para informações sobre o Cerest ou o Núcleo mais próximo do seu município, ligue para a Ouvidoria do SUS (0800 644 4414).

O próximo encontro será realizado no dia 21, às 14 horas, no Auditório da Secretaria da Saúde, em Curitiba.
 
Fonte: Agência Estadual de Notícias