90 mil trabalhadores protestam contra desindustrialização


A União Geral dos Trabalhadores (UGT), juntamente com as outras cinco centrais sindicais brasileiras e entidades patronais realizaram, na manhã de quarta-feira (4) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), uma grande manifestação em prol do enfrentamento ao processo de desindustrialização que avança a passos largos no país.

O ato reuniu cerca de 90 mil militantes atenderam a convocação das entidades e lotaram o estacionamento da Alesp e arredores para lutar por uma postura mais arrojada do governo no enfrentamento aos efeitos do processo de enfraquecimento da indústria nacional, o que com o passar dos tempos gera desemprego e aumenta a desigualdade.

Segundo Ricardo Patah, presidente nacional da UGT, e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, o ato demonstrou a unidade de entidades com ideologias políticas diferentes, mas que neste momento estão de mãos dadas em prol do desenvolvimento e geração de empregos no país. “Este ato é emblemático, pois tem a finalidade de alertar, toda a sociedade, sobre algumas questões da macro economia que precisam ser mudadas. Para isso foi fundamental essa união entre sindicatos de trabalhadores e patronais em prol da produção de empregos, capacitação e melhoria na distribuição de renda”, explica  Patah.

Emprego

O Brasil que nos últimos anos batendo recordes na geração de emprego, assistiu desde a década de 90, a produção das indústrias nacionais perderem participação no Produto Interno Bruto (PIB) do país e tentar competir, com desigualdade, contra os produtos importados, que entram no país a preços cada vez menores.

“Não estamos defendendo, exclusivamente, a produção e sim os empregos que essa produção gera. Assim como qualidade laboral, inclusão social, qualificação profissional”, ressalta o presidente ugetista.

Juros

Toda a produção de bens brasileiros tem um custo exorbitante. As elevadas tarifas embutidas nos produtos finais são um sinal de que o governo precisa ser mais ousado e passar a combates a causa, ao em vez de lutar contra as consequências.

O presidente Patah  foi contundente ao afirmar que o povo brasileiro não pode continuar permitindo que os juros do país continuem sendo os mais elevados do mundo. “Gás, energia elétrica e transporte são extremamente caras, e somados aos juros praticados pelas instituições bancárias o custo dessa produção se reflete no produto final”, diz.

Estímulo à indústria

Na terça-feira (03) a presidente Dilma Rousseff se reuniu com os presidentes de todas as centrais sindicais do país e anunciou um pacote de medidas de estímulo à indústria nacional.

Para o presidente Patah, as medidas são importantes e necessárias, contudo é preciso, com urgência, aprofundar esse pacote com o objetivo de atingir, também, outros ramos de atividade. “Nós trabalhadores da UGT queremos, logicamente, valorizar a indústria, mas queremos também que a indústria valorize o trabalhador e a trabalhadora, assim como promova um crescimento na geração de empregos”, conclui.

Por Fábio Ramalho – redação UGT