Vários médicos plantonistas estão sendo notificados para depor em uma sindicância aberta pela Corregedoria do municÃpio de Londrina. Os profissionais estão receosos já que não foram informados sobre os motivos e nem sobre as denúncias que estão sendo apuradas. A única informação é que o procedimento analisa uma situação envolvendo a Autarquia Municipal de Saúde.
Na segunda-feira (11), o médico plantonista, César Augusto Calderaro, se surpreendeu ao receber uma notificação para depor na quinta-feira (14). "Duas situações me parecem irregulares. Não foi respeitado o prazo de 15 dias da notificação até o depoimento e os autos do processo foram negados. Não sei sobre o que vou depor, qualquer coisa que eu diga pode ser usado contra mim", ressaltou à Rádio CBN Londrina.
Diversos médicos, auxiliares de enfermagem e coordenadores de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) foram notificados. Muitos não querem se pronunciar com medo de represálias. Em 2011, Calderaro comprou briga com a administração municipal ao se negar a deixar os plantões da UBS do União da Vitória, na zona sul. A prefeitura queria terceirizar o serviço.
Vários profissionais denunciaram ao Conselho Municipal de Saúde, Ministério Público e a imprensa diversos problemas de estrutura, falta de remédios e equipamentos e temem que esta sindicância seja para retaliá-los. "Fizemos muitas denúncias de falhas no atendimento por falta de médico e estrutura. Mas até agora nada foi feito. A gente teme que seja uma represália contra nós", advertiu.
O corregedor Alexandre Tranin relatou que por se tratar apenas de uma sindicância todos são tratados como depoentes. De acordo com ele, a notificação pode ser feita apenas três dias antes da data marcada e o teor da investigação é mantido em sigilo até que se defina se haverá a necessidade de abertura ou não de um processo administrativo. Tranin disse apenas que no momento não existem pessoas sob investigação, apenas fatos.