Membros de movimento contra a corrupção vão acampar no pátio da Câmara


Cerca de 50 membros do Movimento Popular Contra a Corrupção Por Amor a Londrina vão acampar no Paço Municipal a partir das 17 horas de sexta-feira (27) para aguardar a sessão de julgamento que pode cassar o mandato do prefeitoBarbosa Neto (PDT), na segunda-feira (30). “Estamos ansiosos para uma decisão”, afirmou o advogado e um dos coordenadores do movimento Jorge Custódio.

Segundo Custódio, o movimento é a favor da cassação do prefeito. “Com a conclusão do relatório, temos a certeza da responsabilidade política e administrativa [de Barbosa]. Espero que os vereadores reflitam e atendam os interesses da comunidade”, disse. Ao mesmo tempo em que acompanha a movimentação do cenário político em Londrina, o grupo recolhe assinaturas para um abaixo-assinado que manifesta o apoio da comunidade ao trabalho do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). “Vamos entregar em Brasília”.

De acordo com Custódio, o objetivo é mostrar que a população londrinense é contra posição do PDT, partido que entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o decreto de 2012, do governo estadual, que regulamenta o Gaeco.

Na ADI há um pedido de liminar para que “todos os feitos até agora realizados pelo Gaeco” sejam suspensos. Em Londrina, isso significaria anular completamente investigações como a Operação Antissepsia, que no ano passado desbaratou um esquema de irregularidades na relação da Prefeitura com as Oscips, além das investigações em curso sobre tentativa de compra de votos na Câmara.

Movimento não é fraco, dizem membros

Apesar de não contar com o apoio de entidades representativas da cidade, Jorge Custódio garante que o movimento contra a corrupção tem força. Ele é composto por empresários, estudantes, professores universitários, jornalistas. A mobilização ganhou destaque principalmente pela ajuda das redes sociais na internet, capazes de levar informações instantâneas e convocar a participação da comunidade. “A receptividade é muito boa, está havendo um clamor da sociedade”, garante.

O estudante do terceiro ano do Ensino Médio Caio Augusto Geisler Cavazzani, de 17 anos, é um dos integrantes do movimento. Para ele, o grupo tem o apoio da população, no entanto, quando convidadas a participar, muitas pessoas preferem não se envolver na mobilização.

O interesse do estudante pela política surgiu após a participação dele em uma sessão da Câmara. “Fui para ver a sessão que os vereadores votariam a abertura da CP da Centronic. Até lá, nunca alguém tinha falado comigo sobre política, nem o colégio nem os meus pais”, contou. Para ele, não basta reclamar, é preciso fazer alguma coisa.

Fonte: Jornal de Londrina