No 1º debate, candidatos de Londrina mostram nervosismo


A corrida eleitoral para a prefeitura de Londrina começou para valer na noite desta quinta-feira (2), com a realização primeiro debate com os seis postulantes ao cargo na TV Tarobá. 

Por duas horas, os candidatos apresentaram propostas, trocaram farpas em poucos momentos, e apresentaram nervosismo diante das câmeras. 
No primeiro bloco, os candidatos foram sorteados para responder perguntas de eleitores nas ruas. O primeiro foi Alexandre Kireeff (PSD), que respondeu sobre qualificação de estudantes e oportunidades para o primeiro emprego. 

"Valorizaremos a formação durante o processo educacional. Formação da educação vinculada a um processo econômico. Vamos introduzir em Londrina um programa de bolsas de estágio, promover o encontro entre as empresas e este público". 

Marcelo Belinati (PP) foi perguntado sobre proposta de melhorar a segurança nos bairros. Ele prometeu valorizar a guarda municipal, buscando verbas por meio do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), além de promover ações sociais. "Grande parte dos crimes tem uma relação íntima com o problema das drogas. Precisamos de ações articuladas de toda a prefeitura, incluindo tratamento de usuários de drogas e apoio psicosocial". 

O ex-prefeito Barbosa Neto (PDT) foi questionado por um funcionário público sobre a falta de caminhões para a limpeza de bueiros. Aproveitou o tempo de resposta para citar os benefícios da usina de asfalto em seu governo. Admitiu o problema com os caminhões, mas alegou que "pegou a prefeitura desestruturada" e ainda assim renovou um terço da frota do município. 

Valmor Venturini (PSOL) foi perguntado sobre transparência na prefeitura, e respondeu que seu governo será totalmente aberto à participação popular. "Vamos valorizar o direito à informação". 

Márcia Lopes (PT) respondeu a pergunta sobre a conservação das vias da cidade. "Faz parte do programa de governo. Não só em alguns meses do ano, final de mandato, tem que ser feito permanentemente. Buscaremos recursos para que as obras sejam mantidas". 

Luiz Eduardo Cheida (PMDB) foi questionado sobre propostas para a área da saúde, e aproveitou para criticar a administração Barbosa Neo. "Saúde foi a grande política pública que falhou. Vamos voltar com o médico de família, como quando eu era prefeito, teremos postos de saúde 24 horas em todas as regiões da cidade", prometeu, finalizando o primeiro bloco. 

Confronto Direto 
No segundo bloco, os candidatos perguntavam para outro candidato sorteado. Barbosa questionou Kireeff sobre a guarda municipal. Os dois divergiram quanto ao uso de armas pelos guardas. O candidato do PSD afirmou que a medida era "muito séria" e defendeu armas não-letais. Na réplica, Barbosa argumentou o porte de arma para quem passasse por teste probatório. Kireeff usou a tréplica para dizer que treinamento é importante, porém precipitado. "Não gostaria de ver um jovem vitima da falta de experiência da corporação". 

O debate começou a esquentar com a pergunta de Valmor Venturini a Barbosa Neto: "não se sente constrangido em estar aqui", questionou. Barbosa usou o tempo para se defender da cassação de mandato. "O que aconteceu na Câmara na segunda-feira foi uma verdadeira falsa. Fui jogado a uma cova de leões, como se fazia na Roma Antiga. Às vésperas da eleição, impedir que o povo julgue um prefeito que fez muito pela cidade, é um verdadeiro golpe". 

Marcelo Belinati questionou Márcia Lopes sobre a perda de indústrias na cidade. A petista respondeu que Londrina é uma cidade de muitas vocações, e defendeu a criação de uma agência de desenvolvimento "arrojada para fazer as articulações necessárias. 

Luiz Eduardo Cheida perguntou a Valmor Venturini sobre segurança pública, e o candidato do PSOL prometeu tratar a questão com segurança social. "Repressão não resolve, não resolveu em lugar nenhum do mundo". 

Márcia Lopes questionou Marcelo Belinati sobre a instabilidade causada pela crise política na cidade, perguntando qual seria a política de gestão pública do pepista. "Vamos administrar usando uma receita simples: não gastar mais do que arrecada. A população paga seus impostos, não faltam recursos. Basta administrar com responsabilidade". 

O segundo bloco terminou com Kireeff perguntando para Cheida se ele alteraria a planta de valores do IPTU. Cheida negou, dizendo que já administrou o município com um terço dos recursos existentes atualmente, mas pretende atrair industrialização para que a arrecadação do município cresça. 

O terceiro bloco teve seu momento mais quente. O candidato podia escolher para quem direcionar a pergunta. O primeiro sorteado foi Cheida, que questionou o ex-prefeito sobre o que chamou de "fracasso político na saúde". "Onde o senhor errou¿",questionou o candidato. 

"Ser prefeito há 20 anos é bem diferente de hoje. Falar mal da saúde é falar mal do servidor da saúde. Foram mais de 1,2 mil contratados. Só de médicos, 170. Tivemos que fazer recuperações salariais, o senhor não pagou 13º e nem passou as chaves para o próximo prefeito. 

Na replica, Cheida argumentou que o orçamento de quando foi prefeito era de R$ 25 milhões, e hoje é de R$ 370 milhões. "No entanto, vemos mais de duas mil doses de vacina no lixo, remédios vencidos, gente morrendo na fila. Este é o retrato da saúde. 

Barbosa reagiu com ironia. "Não sabia que o candidato era tão mal educado assim. Que populismo falar que gente morre na fila. Gostaria de perguntar há quanto tempo o senhor não pega em um estetoscópio". Cheida pediu direito de resposta, mas não obteve sucesso. 

Na sequência, os candidatos abordaram temas como relação com os servidores municipais, coligações com outros partidos, saúde pública e habitação, com o candidato Valmor Venturini defendendo moradias populares próximas ao centro da cidade. "Na Gleba Palhano tem que ter Minha Casa, Minha Vida também". 
O último bloco foi destinado às considerações finais. Kireeff prometeu uma política altruísta em vez de projeto de poder. "Acredito em projeto de governo, vontade de emprestar um pouco de si para fazer com que a cidade mude os caminhos". 

Belinati se disse preparado para o atual momento. "Acredito muito no futuro de Londrina. Temos um povo acolhedor, totais condições de crescer e se desenvolver. É para isto que me proponho. Administrar respeitando o dinheiro público, com organização, respeito e trabalho". 

Cheida relatou orgulho de viver em Londrina. "Esta mesma cidade maravilhosa que cultuamos passa por um momento muito ruim. É para isso que as eleições existem. Dar oportunidade pare rever o que não deu certo e trazer coisas novas. Londrina precisa voltar a ser a cidade dos sonhos ". 

Márcia Lopes se comparou à presidente Dilma Rousseff, dizendo que pode ser a primeira mulher prefeita da cidade. "Poderemos ter uma mulher cuidando de Londrina. Para por Londrina na linha, contra tudo aquilo que já nos fez sofrer muito". 

Barbosa Neto destacou seus feitos à frente da prefeitura. "Na hora de prometer, todos prometem. Mas quando senta na cadeira vê a realidade das coisas. Em três anos fizemos mais do que foi feito em 30 anos. Contrariamos interesse de poderosos, que se uniram para nos tiraram da prefeitura". 

Valmor Venturini encerrou a participação convocando eleitores que estão indignados com a atual situação a participarem das eleições. Afirmou que a cidade precisa de um prefeito "sensível, que acredita nos sonhos coletivos" 

A TV Tarobá tem outro debate agendado, na última semana antes das eleições, marcadas para 7 de outubro.

Fonte? www.bonde.com.br