Vereador Rodrigo GouvĂȘa Ă© condenado por improbidade administrativa


O vereador Rodrigo GouvĂȘa (PTC) foi condenado por atos de improbidade administrativa em uma ação que corria na Justiça desde 2009. A sentença, do juiz da 2ÂȘ Vara de Fazenda PĂșblica, Emil Gonçalves, Ă© de 6 de agosto e foi publicada nesta semana no site do Tribunal de Justiça do ParanĂĄ (TJ-PR). Com a decisĂŁo, GouvĂȘa pode ter os direitos polĂ­ticos suspensos, alĂ©m de perder o cargo de vereador e ter De pagar uma multa no valor de 20 vezes o salĂĄrio que recebe da CĂąmara Municipal de Londrina.
De acordo com a sentença, o vereador foi condenado porque “exigiu vantagem econĂŽmica indevida, na função de vereador, para atender a interesse de duas pessoas que o procuraram para, mediante projeto de lei, tentar modificar o zoneamento de determinada ĂĄrea da cidade”. Na Ă©poca, o JL apurou que o casal Edson e Karla Watanabe procurou o vereador para propor a mudança do zoneamento de uma rua de residencial para comercial, para que pudesse instalar um restaurante.
Segundo o depoimento de Karla Watanabe em 2009, o vereador afirmou ao casal que “seria muito difĂ­cil aprovar a alteração do zoneamento urbano, jĂĄ que precisaria de um nĂșmero mĂ­nimo de votos”. Na sequĂȘncia da conversa, ela diz ter ouvido de GouvĂȘa que “alguns vereadores iriam pedir dinheiro para a aprovação do projeto” - o valor, porĂ©m, nĂŁo teria sido citado. Ainda de acordo com o depoimento, diante da negativa do casal em pagar, o vereador disse que “iria tentar, mas que seria difĂ­cil sem dar dinheiro a outros vereadores”.
A defesa de GouvĂȘa, segundo o juiz Emil Gonçalves, tentou descaracterizar a comprovação de mĂĄ-fĂ© porque nĂŁo teria havido a menção explĂ­cita de exigĂȘncia de dinheiro. “[A tentativa] Chega a ser infantil, pois suas intençÔes [do vereador] foram claras para qualquer pessoa de inteligĂȘncia mediana”, conforme a sentença. “Mesmo nĂŁo tendo o rĂ©u mencionado explicitamente a exigĂȘncia de dinheiro ou valores, diante da reação das vĂ­timas nĂŁo se preocupou o rĂ©u em esclarecer que nĂŁo se tratava de propina, embora tenha tido oportunidades para isso”, explicou o juiz.
A reportagem do JL entrou em contato com o vereador Rodrigo GouvĂȘa, que sustenta a afirmação de que “em nenhum momento foi falado sobre propina ou exigĂȘncia de dinheiro”. “Mais uma vez foi feita uma injustiça, mais uma vez me condenaram sem provas”, reclamou. O vereador disse ter em mĂŁos as transcriçÔes dos depoimentos das testemunhas e, de acordo com GouvĂȘa, “em nenhuma vez foi falado em dinheiro, em valores”. Ele confirmou que vai recorrer da decisĂŁo.
Fonte: Jornal de Londrina