Com estimativa de deficit de R$ 76 milhões até o final do ano, o caixa da Prefeitura de Londrina promete dar dor de cabeça para o próximo chefe do Executivo. O secretário de Fazenda, Lindomar dos Santos, é taxativo. ''Do jeito que está indo, no ano que vem a prefeitura vai ter muitas dificuldades.'' Os prefeituráveis reconhecem que a situação preocupa, mas garantem estar preparados para o desafio. 

Conforme Lindomar, os candidatos e, principalmente, os eleitores devem estar conscientes das contas. ''É bom que os candidatos saibam como vão pegar a prefeitura, é temerário fazer promessas sem conhecimento da realidade'', sentenciou. 

O candidato do PSD, Alexandre Kireeff, afirmou que vem acompanhando as contas do município e, segundo ele, o seu plano de governo contempla as restrições financeiras. ''Desde o balanço financeiro do primeiro quadrimestre, a gente tinha essa informação de que algo não ia bem.'' Ele disse que pretende resolver o problema com ''boa gestão dos recursos''. 

Luiz Eduardo Cheida (PMDB) reconheceu que foi necessário fazer um ''redimensionamento'' das propostas, a partir do que vem sendo divulgado pela gestão atual. Ele afirmou que tem a expectativa de reduzir, pelo menos, R$ 50 milhões em custos com alterações na gestão de coleta do lixo, recicláveis e saúde. ''Estamos numa estabilidade econômica que nos possibilita planejar, diferente do tempo da inflação galopante, quando eu fui prefeito.'' 

Segundo Marcelo Belinati (PP), as notícias de deficit no município ''surpreenderam''. ''Era divulgado que o INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial, que realizou auditoria na administração) conseguiu promover uma economia de R$ 80 milhões para investimentos, e agora a situação é contrária.'' Marcelo, porém, negou alterações nas suas propostas e disse acreditar no cumprimento de todas. 

Márcia Lopes (PT) pretende realizar levantamento de todas as contas da prefeitura, caso vença a eleição. ''Para o nosso plano de governo, fizemos reuniões com servidores e já tínhamos a informação das dificuldades.'' Segundo Márcia, ''temos também que criar estabilidade política na Prefeitura de Londrina''. Ela aposta nas parcerias com os governos federal e estadual para vencer as deficiências orçamentárias. 

O candidato do PSOL, Valmor Venturini, disse que o balanço negativo no caixa da prefeitura não muda em nada a sua proposta para governar a cidade. ''A nossa preocupação é com quem vai ficar a conta, porque não pode ficar com os servidores nem com a população.'' Ele afirmou que pretende ''cobrar mais repasses e os impostos atrasados dos grandes devedores''. 

Barbosa Neto (PDT), que exerceu o mandato de prefeito até o dia 30 de julho, quando foi cassado pela Câmara, foi procurado pela reportagem, mas não deu retorno. Contudo, no começo de agosto, em entrevista exclusica à FOLHA, ele negou que o caixa da prefeitura esteja no vermelho. ''É uma desculpa que eles estão dando. Nós não tiramos o pé do acelerador e a cidade tem pressa.'' Para o ex-prefeito, ''é uma questão muito mais eleitoral''.

Folnte: Folha de Londrina